{"id":142,"date":"2009-02-11T13:48:40","date_gmt":"2009-02-11T13:48:40","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:31:24","modified_gmt":"2021-07-10T23:31:24","slug":"pesque_e_solte","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_doce\/pesque_e_solte.html","title":{"rendered":"Pesque e Solte"},"content":{"rendered":"\n

Como o pr\u00f3prio nome diz, \u00e9 o ato de pescar o peixe, admira-lo, fotografa-lo e devolve-lo \u00e0 \u00e1gua em perfeitas condi\u00e7\u00f5es de sobreviv\u00eancia. \u00c9 fundamental entender que na pesca esportiva o maior atrativo do turista pescador \u00e9 o peixe, de prefer\u00eancia em quantidade e de bom tamanho. A atitude de devolver o peixe com vida \u00e0 \u00e1gua, independentemente de estar dentro ou n\u00e3o das medidas estabelecidas pela legisla\u00e7\u00e3o, deve ser praticada por todas as pessoas que dependem da manuten\u00e7\u00e3o da pesca esportiva, como garantia de lazer ou emprego.<\/p>\n\n\n\n

Um dos pap\u00e9is mais importantes do guia de pesca, at\u00e9 como garantia de sobreviv\u00eancia do seu emprego, \u00e9 manter e conservar seu ambiente de trabalho, ou seja, o meio ambiente. N\u00e3o h\u00e1 hotel pesqueiro nem emprego que sobrevive sem que o meio ambiente esteja em condi\u00e7\u00f5es adequadas para o desenvolvimento das v\u00e1rias esp\u00e9cies de peixes. Dado ao tempo necess\u00e1rio para que um peixe cres\u00e7a e atinja tamanho para atrair o turista, a sua soltura \u00e9 uma das bases fundamentais para que a pesca esportiva cres\u00e7a e se estabele\u00e7a de forma s\u00f3lida e duradoura.<\/p>\n\n\n\n

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Mesmo havendo muitos outros fatores que afetam e impactam os cardumes, como retirada da mata ciliar, garimpo, polui\u00e7\u00e3o, etc, j\u00e1 \u00e9 um bom come\u00e7o, se cada um der a sua cota da contribui\u00e7\u00e3o para o desenvolvimento do setor. Deve-se ter prazer ao devolver um peixe \u00e0 \u00e1gua para que ele possa, novamente, ser pescado e dar ao turista uma grande alegria ao praticar esse esporte.<\/p>\n\n\n\n

Na Argentina, nas regi\u00f5es de pesca de Truta, o processo de soltar o peixe j\u00e1 est\u00e1 bem incorporado por todos e os estudos locais mostram que um peixe chega a ser pego at\u00e9 nove vezes por temporada, gerando muito mais recursos ao setor do que se fosse morto quando pescado pela primeira vez. Algumas experi\u00eancias no Brasil realizadas em regi\u00f5es estabelecidas como reserva ecol\u00f3gica de pesca esportiva, onde o turista pode pescar e comer o que quiser no local, mas n\u00e3o pode levar nenhum exemplar, est\u00e3o sendo muito bem sucedidas e est\u00e3o atraindo cada vez mais pescadores preocupados com a manuten\u00e7\u00e3o do seu esporte preferido.<\/p>\n\n\n\n

Mas, para que o sistema de pescar e soltar funcione e traga benef\u00edcios \u00e9 importante saber essa devolu\u00e7\u00e3o de modo correto, de tal forma que o peixe possa sobreviver e continuar e se desenvolver.<\/p>\n\n\n\n

Regras importantes para garantir a soltura<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Equipamentos<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Pescar com equipamentos condizentes ao peixe e ao ambiente. Uma linha muito fina para a situa\u00e7\u00e3o pode fazer com que a briga demore demais, cansando o peixe al\u00e9m da sua capacidade de resist\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Anzol<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A utiliza\u00e7\u00e3o de anzol sem farpa machuca menos o peixe, principalmente na hora da retirada do anzol. A sensa\u00e7\u00e3o de que o peixe escapa com facilidade pela n\u00e3o utiliza\u00e7\u00e3o da farpa n\u00e3o corresponde \u00e0 realidade. Mesmo no caso de peixes saltadores, basta o pescador evitar que a linha bambeie. Al\u00e9m disso, no caso de um acidente com o pescador, fica bem mais f\u00e1cil e menos doloroso retirar o anzol do corpo. Em algumas pescarias (pesca oce\u00e2nica) \u00e9 comum se cortar a linha para libera\u00e7\u00e3o do peixe. Nesta situa\u00e7\u00e3o, \u00e9 recomendado o uso de anzol feito com material de r\u00e1pida corros\u00e3o, para que em poucos dias se solte da boca do peixe. N\u00e3o se deve cortar a linha pr\u00f3ximo ao anzol, pois um pequeno peda\u00e7o de linha \u00e9 pouco flex\u00edvel e poder\u00e1 perfurar o est\u00f4mago do peixe se ele vier a engolir o anzol; 50 cm s\u00e3o suficientes para manter a flexibilidade da linha.<\/p>\n\n\n\n

Passagu\u00e1\/Alicate\/Bicheiro<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O ideal \u00e9 n\u00e3o usar nenhum equipamento para retirar o peixe da \u00e1gua. Se fosse poss\u00edvel s\u00f3 manusear os peixes com as m\u00e3os e de prefer\u00eancia molhadas, esse seria o meio mais recomend\u00e1vel. Como existem situa\u00e7\u00f5es em que o pescador precisa usar o recurso de um equipamento, \u00e9 melhor saber sobre os m\u00e9todos tradicionais, suas vantagens e desvantagens.<\/p>\n\n\n\n

Passagu\u00e1:<\/strong> \u00c9 pr\u00e1tico e eficiente, d\u00e1 bastante seguran\u00e7a ao pescador. Por outro lado, o contato do peixe com a rede \u00e9 prejudicial retirando boa parte de sua mucosa e at\u00e9 algumas escamas, diminuindo a resist\u00eancia e facilitando infec\u00e7\u00f5es por virus e bact\u00e9rias.<\/p>\n\n\n\n

Alicate de conten\u00e7\u00e3o:<\/strong> como o alicate foi desenvolvido especificamente para este fim, \u00e9 f\u00e1cil de se usar e proporcionar um bom dom\u00ednio sobre o peixe. Por s\u00f3 prender pela boca, n\u00e3o causa nenhum preju\u00edzo \u00e0s demais partes do animal. Na parte inferior da boca, pode arranhar o tecido bucal ou, em algumas esp\u00e9cies, pressionar parte da guelra.<\/p>\n\n\n\n

Bicheiro:<\/strong> bicheiros pequenos, desenvolvidos para tirar o peixe da \u00e1gua, s\u00e3o eficientes e deixam os peixes quase sem nenhuma marca, se forem utilizados corretamente. O bicheiro \u00e9 sempre introduzido de dentro da boca para fora, devendo perfurar a fina pele existente por detr\u00e1s da mand\u00edbula. Se mal usado, pode machucar perfurando outras partes da boca do peixe.<\/p>\n\n\n\n

Tempo fora da \u00e1gua<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Quanto menor for o tempo de perman\u00eancia do peixe fora da \u00e1gua, maior ser\u00e1 a garantia de sua sobreviv\u00eancia. N\u00e3o h\u00e1 regra b\u00e1sica para cada esp\u00e9cie, pois depende de v\u00e1rios fatores, como tempo de briga e estado de cada peixe. O que se percebe claramente \u00e9 que as esp\u00e9cies de escama possuem bem menos resist\u00eancia que as esp\u00e9cies de couro. Peixes que vivem em \u00e1guas mais r\u00e1pidas e oxigenadas, normalmente possuem menor resist\u00eancia fora da \u00e1gua que os de outros ambientes. No entanto, o tempo que se pode manter um peixe fora da \u00e1gua \u00e9 suficiente para retirar o anzol, admir\u00e1-lo e fotograf\u00e1-lo, antes da soltura.<\/p>\n\n\n\n

Queda do peixe<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Esse \u00e9 um dos fatores mais prejudiciais \u00e0 sa\u00fade do peixe. Cair das m\u00e3os, batendo no barco ou nas pedras \u00e9 bastante comprometedor, n\u00e3o sendo raro o peixe morrer com o baque.<\/p>\n\n\n\n

Guelra<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Sob nenhuma condi\u00e7\u00e3o deve-se colocar a m\u00e3o na guelra dos peixes. Por ser zona de grande irriga\u00e7\u00e3o sang\u00fc\u00ednea, \u00e9 uma porta aberta para infec\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

M\u00e3os<\/strong><\/p>\n\n\n\n

De prefer\u00eancia, deve-se manusear o peixe com as m\u00e3os molhadas, evitando pass\u00e1-las pelo corpo do peixe, para n\u00e3o tirar a sua mucosa, importante como defesas de infec\u00e7\u00f5es e necess\u00e1ria para a sua hidrodin\u00e2mica.<\/p>\n\n\n\n

Soltura<\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u00c9 importante n\u00e3o jogar o peixe na \u00e1gua, deixando-o “ao Deus dar\u00e1”. Cansado e desorientado se torna uma presa f\u00e1cil para outras esp\u00e9cies predadoras. Colocar o peixe na \u00e1gua, apoiando-o com as m\u00e3os por baixo do corpo para que se recupere lentamente e s\u00f3 saia quando estiver em condi\u00e7\u00f5es e por conta pr\u00f3pria \u00e9 o mais recomendado. Suas chances de defesa aumentam muito.<\/p>\n\n\n\n

Local<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Deve-se procurar soltar o peixe na mesma regi\u00e3o de sua captura, principalmente a esp\u00e9cies que s\u00e3o moradoras de uma regi\u00e3o. Em \u00e1guas r\u00e1pidas, se for poss\u00edvel, deve-se solt\u00e1-lo em um remanso para n\u00e3o obrig\u00e1-lo a brigar com a correnteza ainda cansado.<\/p>\n\n\n\n

Posi\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Fora da \u00e1gua, procure manter o peixe sempre na posi\u00e7\u00e3o horizontal, pois h\u00e1 esp\u00e9cies que podem ter seus \u00f3rg\u00e3os internos comprimidos se segurados pela boca ou pela cauda.<\/p>\n\n\n\n

De qualquer forma, e mesmo que alguns exemplares n\u00e3o sobrevivam, vale a pena praticar a soltura, pois \u00e9 uma quest\u00e3o matem\u00e1tica.<\/p>\n\n\n\n