{"id":1361,"date":"2009-02-12T11:12:53","date_gmt":"2009-02-12T11:12:53","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:31:19","modified_gmt":"2021-07-10T23:31:19","slug":"marsupiais","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/fauna\/artigos\/marsupiais.html","title":{"rendered":"Marsupiais"},"content":{"rendered":"\n

Hoje os marsupiais est\u00e3o agrupados numa \u00fanica ordem denominada Marsupialia. Todavia um n\u00famero crescente de zo\u00f3logos considera este grupo mais propriamente dividido em pelo menos duas ordens. Esta \u00faltima classifica\u00e7\u00e3o, que apresenta um n\u00famero muito maior de fam\u00edlias do que a classifica\u00e7\u00e3o tradicional, \u00e9 mais razo\u00e1vel, j\u00e1 que os marsupiais incluem esp\u00e9cies que s\u00e3o t\u00e3o diversas em morfologia e ecologia como as toupeiras, os coelhos, os ratos, os esquilos voadores, os lobos e os ant\u00edlopes.<\/p>\n\n\n\n

\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n
<\/div>\n\n\n\n

Os marsupiais est\u00e3o unidos primeiramente devido a um aspecto reprodutivo comum. Todavia, os demais eutheria tamb\u00e9m compartilham um m\u00e9todo reprodutivo comum, mas est\u00e3o divididos em 19 ordens diferentes.<\/p>\n\n\n\n

Os marsupiais compreendem tr\u00eas ordens e oito fam\u00edlias. Est\u00e3o distribu\u00eddos principalmente pelo continente Australiano, sendo que ocorrem muitas esp\u00e9cies na Am\u00e9rica do Sul e algumas poucas na Am\u00e9rica do Norte. A dispers\u00e3o dos marsupiais provavelmente ocorreu pr\u00f3ximo ao fim do Cret\u00e1ceo, quando a Austr\u00e1lia, Ant\u00e1rtica e Am\u00e9rica do Sul ainda formavam uma \u00fanica massa continental. O local mais prov\u00e1vel para a origem dos marsupiais \u00e9 a Austr\u00e1lia.<\/p>\n\n\n\n

Como os marsupiais evolu\u00edram principalmente no sul, eles teriam muito menos espa\u00e7o para se diversificar do que os placent\u00e1rios, e muito mais dificuldade em conseguir uma vasta distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica. Tais fatores ao inv\u00e9s de lhes conferirem alguma inferioridade, podem explicar sua atual distribui\u00e7\u00e3o restrita.<\/p>\n\n\n\n

Existem 12 fam\u00edlias extintas conhecidas de marsupiais. O limite geol\u00f3gico \u00e9 desde o Mioceno ao Recente na Austr\u00e1lia, Cret\u00e1ceo M\u00e9dio at\u00e9 o recente na Am\u00e9rica do Norte, Cret\u00e1ceo tardio at\u00e9 o Recente na Am\u00e9rica do Sul, Eoceno precoce ao Mioceno M\u00e9dio na Europa, e Oligoceno na \u00c1sia Central e \u00c1frica do Norte. Recentemente, os restos fossilizados de um marsupial pertencente a uma fam\u00edlia extinta, Polydolopidae, foram descobertos em dep\u00f3sitos do Eoceno tardio na Ilha Seymour, distante da Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica mais ao Norte. Esta descoberta, suporta a teoria de uma dispers\u00e3o precoce dos marsupiais atrav\u00e9s dos continentes do sul. <\/p>\n\n\n\n

Reprodu\u00e7\u00e3o<\/strong> – as principais caracter\u00edsticas que distinguem os marsupiais dos demais mam\u00edferos, est\u00e3o relacionadas a aspectos anat\u00f4micos e fisiol\u00f3gicos da reprodu\u00e7\u00e3o. A presen\u00e7a do mars\u00fapio, entretanto, n\u00e3o \u00e9 nem a \u00fanica e nem a caracter\u00edstica mais diagn\u00f3stica dos marsupiais. O mars\u00fapio bem desenvolvido, est\u00e1 presente nos marsupiais que trepam ou escalam (falanger\u00eddeos), pulam (cangurus), escavam (vombates) ou nadam (yapoc), mas em alguns marsupiais pequenos e terrestres o mars\u00fapio n\u00e3o est\u00e1 presente. Em certos didelf\u00eddeos e dasiur\u00eddeos, entre outros, a bolsa consiste apenas em dobras da pele em torno das mamas, que ajudam a proteger os filhotes.<\/p>\n\n\n\n

Muitos marsupiais desenvolvem bolsas somente durante a esta\u00e7\u00e3o reprodutiva. Quando bem desenvolvidas as bolsas podem se abrir anteriormente ou posteriormente dependendo do g\u00eanero. As mamas s\u00e3o geralmente abdominais e est\u00e3o localizadas dentro das bolsas quando estas est\u00e3o presentes.<\/p>\n\n\n\n

Nos marsupiais falta uma placenta completa, todavia existe uma estrutura membranosa facilitando a passagem dos nutrientes do corpo da m\u00e3e para o embri\u00e3o no \u00fatero. Os mam\u00edferos que desenvolvem uma placenta completa s\u00e3o denominados de placent\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

O per\u00edodo de gesta\u00e7\u00e3o<\/strong> \u00e9 curto nos marsupiais, se comparados com placent\u00e1rios de tamanho equivalente. Os filhotes s\u00e3o paridos num estado praticamente embri\u00f4nico. O rec\u00e9m nascido arrasta-se anteriormente da abertura urogenital at\u00e9 os mamilos que se expandem nas suas bocas assegurando uma fixa\u00e7\u00e3o firme. Ao contr\u00e1rio do que se pensava, os rec\u00e9m-nascidos n\u00e3o s\u00e3o auxiliados pela m\u00e3e durante o seu movimento at\u00e9 os mamilos. <\/p>\n\n\n\n

O processo reprodutivo dos marsupiais, freq\u00fcentemente considerado menos avan\u00e7ado e menos eficiente do que nos placent\u00e1rios, pode ter as suas vantagens. A f\u00eamea dos marsupiais investe relativamente poucos recursos durante o breve per\u00edodo de gesta\u00e7\u00e3o de sua cria. Sua fase mais comprometedora \u00e9 durante a lacta\u00e7\u00e3o em que o animal est\u00e1 mais sujeito as adversidades do ambiente. O marsupial que perde o filhote, esta apto a fazer uma segunda tentativa mais rapidamente e em condi\u00e7\u00f5es melhores do que faria um placent\u00e1rio em condi\u00e7\u00f5es semelhantes. Este meio de reprodu\u00e7\u00e3o talvez possa ser entendido como uma alternativa din\u00e2mica e conveniente da hist\u00f3ria evolutiva particular dos marsupiais, ao inv\u00e9s de ser entendido como um estado primitivo que permaneceu inalterado.<\/p>\n\n\n\n

Estudos recentes de laborat\u00f3rio tem mostrado que o aprendizado e a habilidade em resolver problemas nos marsupiais, \u00e9 igual ou melhor do que em alguns grupos de placent\u00e1rios. \u00c9 verdade que alguns marsupiais australianos perderam terreno quando placent\u00e1rios foram introduzidos pela atividade humana. O opossum da Virg\u00ednia, entretanto, continuou a prosperar, e mesmo a aumentar sua \u00e1rea de distribui\u00e7\u00e3o na Am\u00e9rica do Norte, a despeito da multid\u00e3o de competidores placent\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

Quando introduzido na Costa Oeste, este marsupial rapidamente expandiu sua \u00e1rea de distribui\u00e7\u00e3o. Outros marsupiais tamb\u00e9m mostraram sucesso quando introduzidos, notavelmente o opossum rabo-de-escova, na Nova Zel\u00e2ndia e os wallabies na Nova Zel\u00e2ndia, Gr\u00e3-Bretanha, Alemanha e Hava\u00ed.<\/p>\n\n\n\n

Gamb\u00e1<\/strong> \u00e9 um dos mam\u00edferos marsupiais que ocorre no Brasil \u00e9 o gamb\u00e1 (Didelphis sp.). O gamb\u00e1 \u00e9 extremamente comum na Floresta Atl\u00e2ntica e \u00e9 facilmente observado perambulando pelas estradas e ruas durante a noite, j\u00e1 que seus h\u00e1bitos s\u00e3o noturnos. Vive solit\u00e1rio, e alimenta-se de insetos, pequenos animais, vermes, pequenos frutos e at\u00e9 cobras. Logo que nascem seus filhotes sobem para o mars\u00fapio, onde encontram as tetas para alimentarem-se do leite da m\u00e3e, at\u00e9 que com 4 meses, ficam grandes demais para morarem l\u00e1 dentro. Seus filhotes nascem depois de 12 a 13 dias de gesta\u00e7\u00e3o. Nascem 5 a 6 g\u00eameos.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o est\u00e1 amea\u00e7ado, por\u00e9m \u00e9 corriqueiro o fato de crian\u00e7as e at\u00e9 mesmo adultos matarem estes animais quando encontrados. S\u00e3o animais inofensivos e muito \u00fateis j\u00e1 que ajudam a controlar a quantidade de insetos. Normalmente n\u00e3o s\u00e3o mantidos em zool\u00f3gicos por serem noturnos. Isto colabora com a falta de informa\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o a respeito da biologia deste animal interessante tipicamente americano.<\/p>\n\n\n\n

Cu\u00edca<\/strong> – \u00e9 um marsupial parente do canguru e que \u00e9 muitas vezes confundido com o gamb\u00e1, \u00e9 um grande preservador da gabiroba, uma \u00e1rvore em extin\u00e7\u00e3o. A cu\u00edca, assim como in\u00fameros outros seres vivos, promovem a degrada\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria org\u00e2nica e a fertiliza\u00e7\u00e3o da terra, o que as coloca como membros de um grupo especial de animais, batizados por pesquisadores de jardineiros da floresta.<\/p>\n\n\n\n

De h\u00e1bito noturno, a cu\u00edca se alimenta principalmente de frutos, algumas vezes produzidos por \u00e1rvores em extin\u00e7\u00e3o, caso da gabiroba que est\u00e1 desaparecendo e se tornando a cada dia mais rara. Capazes de percorrer 500 metros por noite na mata, o animal espalha, junto com as fezes, as sementes das frutas que ingeriu. Com uma vantagem: essas sementes passaram pelo trato intestinal do animal e ali tiveram seu estado de dorm\u00eancia quebrado, tornando-se aptas para a germina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Gamb\u00e1 \u00e9 extremamente comum na Floresta Atl\u00e2ntica e \u00e9 facilmente observado perambulando pelas estradas e ruas durante a noite, j\u00e1 que seus h\u00e1bitos s\u00e3o noturnos. Vive solit\u00e1rio, e alimenta-se de insetos, pequenos animais, vermes, pequenos frutos e at\u00e9 cobras. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1463],"tags":[23,125,597,596],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1361"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1361"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1361\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5242,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1361\/revisions\/5242"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1361"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1361"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1361"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}