{"id":131,"date":"2009-02-10T17:18:58","date_gmt":"2009-02-10T17:18:58","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:31:27","modified_gmt":"2021-07-10T23:31:27","slug":"pesca_profissional_desafios_e_oportunidades","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_doce\/pesca_profissional_desafios_e_oportunidades.html","title":{"rendered":"Pesca Profissional: Desafios e Oportunidades"},"content":{"rendered":"\n

No Pantanal ocorrem mais de 260 esp\u00e9cies de peixes de grande import\u00e2ncia ecol\u00f3gica e s\u00f3cio-econ\u00f4mica para a regi\u00e3o, sobretudo para o setor pesqueiro. Muitas informa\u00e7\u00f5es sobre essas atividades v\u00eam sendo obtidas desde 1994 pelo Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul – SCPESCA\/MS. Por meio deste Sistema s\u00e3o obtidos subs\u00eddios para orientar a pol\u00edtica estadual de pesca, identificando suas principais tend\u00eancias e realizando um progn\u00f3stico sobre o uso e a conserva\u00e7\u00e3o dos recursos pesqueiros, essencial para o planejamento das atividades.<\/p>\n\n\n\n

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Pesca Profissional<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Atualmente, a pesca profissional re\u00fane cerca de 2.900 pescadores no Pantanal de Mato Grosso do Sul, cuja captura registrada pelo SCPESCA\/MS corresponde a cerca de 330 toneladas\/ano. Todo esse pescado \u00e9 comercializado fresco ou congelado, mas pode ser processado, obtendo-se maior rendimento e diversificando a oferta de produtos, tais como fil\u00e9 de peixe embalado e congelado, couro, peixe defumado e \u00f3leo, entre outros, gerando novos empreendimentos, mais postos de trabalho e qualificando a m\u00e3o-de-obra local. A tecnologia de produ\u00e7\u00e3o de couro de peixe e utens\u00edlios para vestu\u00e1rio, por exemplo, foi repassada recentemente para a popula\u00e7\u00e3o de Corumb\u00e1 atrav\u00e9s de um projeto de “oficinas” do Governo do Estado, com o apoio da Embrapa Pantanal (Figura 1). Produtos como esses poder\u00e3o ser oferecidos para turistas e pescadores esportivos que visitam a regi\u00e3o, assim como as oficinas de processamento de pescado podem se tornar um roteiro tur\u00edstico, a exemplo da Casa de Massa-barro em Corumb\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

A produ\u00e7\u00e3o de pescado pode aumentar capturando-se esp\u00e9cies subaproveitadas como o curimbat\u00e1, que embora seja pouco apreciado na regi\u00e3o, \u00e9 o peixe de \u00e1gua doce mais comercializado na cidade de S\u00e3o Paulo. Outra alternativa promissora, \u00e9 a introdu\u00e7\u00e3o de pescado na merenda escolar, como foi realizado com sucesso pela Embrapa Pantanal em parceria com a Prefeitura de Corumb\u00e1, em 1997 e 1998. Foram oferecidas cerca de 1250 refei\u00e7\u00f5es semanais de fil\u00e9 de barbado e piranha, esta \u00faltima preparada como molho de macarr\u00e3o, almondegas e farofas, com ampla aceita\u00e7\u00e3o pelas crian\u00e7as. \u00c9 poss\u00edvel, ainda, certificar os “produtos de origem do Pantanal” e, neste caso, os consumidores s\u00e3o estimulados a adquirir um produto associado a valores como a conserva\u00e7\u00e3o ambiental e a manuten\u00e7\u00e3o das comunidades de pescadores profissionais artesanais do Pantanal.<\/p>\n\n\n\n

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Piscicultura<\/strong><\/p>\n\n\n\n

As caracter\u00edsticas ambientais da plan\u00edcie pantaneira, que ocupa grande parte do Estado, impedem o desenvolvimento da piscicultura tradicional, em tanques escavados, e nos desafia a buscar formas alternativas de cultivo, entre elas a utiliza\u00e7\u00e3o de tanques-redes. Entretanto, este sistema tamb\u00e9m apresenta restri\u00e7\u00f5es em raz\u00e3o da “dequada”, fazendo com que seu uso fique limitado aos locais onde n\u00e3o h\u00e1 ocorr\u00eancia deste fen\u00f4meno. A piscicultura em tanque-rede \u00e9 uma t\u00e9cnica de cultivo intensivo, relativamente barata e simples se comparada \u00e0 piscicultura tradicional em viveiros de terra. Consiste na cria\u00e7\u00e3o dos peixes em um ambiente cercado por tela que permite a troca de \u00e1gua com o ambiente. Essa t\u00e9cnica pode ser utilizada em uma grande variedade de ambientes aqu\u00e1ticos, dispensando o alagamento de novas terras e reduzindo os gastos com a constru\u00e7\u00e3o de viveiros. No entanto, al\u00e9m de desenvolver um sistema de cultivo adequado \u00e0 regi\u00e3o, \u00e9 preciso conhecer as esp\u00e9cies mais promissoras para este sistema. Entre os peixes do Pantanal, muitos apresentam caracter\u00edsticas zoot\u00e9cnicas, organol\u00e9pticas e mercadol\u00f3gicas bastante atrativas para a piscicultura, principalmente os surubins (pintado Pseudoplatystoma corruscans e cachara P. fasciatum), mas somente h\u00e1 pouco tempo iniciou-se o estudo dos sistemas de cultivo adequados para essas esp\u00e9cies. Outro aspecto importante \u00e9 a viabilidade econ\u00f4mica desses projetos, fazendo com que o cultivo intensivo de peixes seja uma das melhores alternativas de investimento em cria\u00e7\u00e3o animal na regi\u00e3o, que vem ganhando muitos adeptos entre os produtores do Estado.<\/p>\n\n\n\n

Dentro dessa vis\u00e3o, a Embrapa Pantanal v\u00eam desenvolvendo pesquisas na \u00e1rea de piscicultura, com especial \u00eanfase nos peixes nativos de maior interesse econ\u00f4mico e em sistemas de cultivo menos impactantes, procurando atender as crescentes demandas do mercado e as exig\u00eancias ambientais.<\/p>\n\n\n\n

Agostinho Carlos Catella (catella@cpap.embrapa.br)e Marco Aur\u00e9lio Rotta (rotta@cpap.embrapa.br) s\u00e3o pesquisadores da Embrapa Pantanal.<\/em>\n<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Atualmente, a pesca profissional re\u00fane cerca de 2.900 pescadores no Pantanal de Mato Grosso do Sul, cuja captura registrada pelo SCPESCA\/MS corresponde a cerca de 330 toneladas\/ano. Todo esse pescado \u00e9 comercializado fresco ou congelado, mas pode ser processado, obtendo-se maior rendimento e diversificando a oferta de produtos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":133,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1384],"tags":[988,987,989],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/131"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=131"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/131\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5256,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/131\/revisions\/5256"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/133"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=131"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=131"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=131"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}