{"id":1272,"date":"2009-01-29T10:02:29","date_gmt":"2009-01-29T10:02:29","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:33:18","modified_gmt":"2021-07-10T23:33:18","slug":"perspectivas_futuras_para_a_energia_nuclear_no_brasil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/energia\/acidentes_ambientais\/perspectivas_futuras_para_a_energia_nuclear_no_brasil.html","title":{"rendered":"Perspectivas Futuras para a Energia Nuclear no Brasil"},"content":{"rendered":"\n
\"q\"\/<\/figure>\n\n\n\n

<\/span><\/div>\n\n\n\n

A energia nuclear \u00e9 uma das formas de se obter energia el\u00e9trica em larga escala. Com o esgotamento dos recursos h\u00eddricos pr\u00f3ximos aos principais centros consumidores, com as dificuldades para o licenciamento ambiental dos aproveitamentos h\u00eddricos remanescentes e o constante crescimento da demanda de energia, a participa\u00e7\u00e3o da energia nuclear na produ\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9trica \u00e9 fundamental na medida em que contribui para a melhoria na qualidade de vida da popula\u00e7\u00e3o e para o desenvolvimento econ\u00f4mico do pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil possui a 6\u00aa maior reserva mundial de ur\u00e2nio, assegurando uma excelente reserva e a garantia do suprimento de combust\u00edvel. \u00c9 um dos maiores mercados de energia el\u00e9trica do mundo.<\/p>\n\n\n\n

No Brasil, a aplica\u00e7\u00f5es das radia\u00e7\u00f5es nucleares na ind\u00fastria, agricultura e meio ambiente inserem-se em v\u00e1rios segmentos e apresentam significativo impacto econ\u00f4mico e social. A energia nuclear indica muitas possibilidades para o futuro como, por exemplo, o uso desta tecnologia no suprimento do calor de processo, da mesma forma que nas alternativas comerciais de propuls\u00e3o naval. A produ\u00e7\u00e3o conjunta de \u00e1gua doce por dessaliniza\u00e7\u00e3o da \u00e1gua do mar e energia el\u00e9trica reduz o custo de gera\u00e7\u00e3o da eletricidade, \u00e9 interessante comercialmente e tem sido considerada como uma das vias para reduzir a escassez futura de \u00e1gua doce, quando for poss\u00edvel garantir um fator de capacidade compat\u00edvel com os requisitos dessa produ\u00e7\u00e3o conjunta.<\/p>\n\n\n\n

A usina Angra I, tem uma pot\u00eancia de 626 MW, come\u00e7ou a funcionar em 1981, mas em seguida foi paralisada por defeitos t\u00e9cnicos. Apenas no final de 1983 \u00e9 que come\u00e7ou a funcionar, em formas de testes, e at\u00e9 o presente ainda n\u00e3o entrou em opera\u00e7\u00e3o permanente com sua capacidade total.Os problemas que cercam essa usina s\u00e3o numerosos, como tecnologia cara e j\u00e1 obsoleta, constru\u00e7\u00e3o em local inapropriado, problemas t\u00e9rmicos que freq\u00fcentemente paralisam o funcionamento da usina e at\u00e9 a aus\u00eancia de qualquer plano seguro de evacua\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o local no caso de um acidente As usinas de Angra II e Angra III, tamb\u00e9m localizadas na cidade de Angra dos Reis, foram adiadas e at\u00e9 hoje est\u00e3o sem previs\u00e3o de t\u00e9rmino.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo com o racionamento iminente, ainda n\u00e3o se computou o potencial hidr\u00e1ulico da bacia Amaz\u00f4nica. Os custos de produ\u00e7\u00e3o e opera\u00e7\u00e3o das usinas nucleares s\u00e3o bastante altos, cerca de tr\u00eas vezes mais que os de uma usina hidrel\u00e9trica equivalente. Em s\u00edntese, o pre\u00e7o por quilowatt gerado por uma fonte at\u00f4mica sai tr\u00eas vezes mais caro que o gerado por fonte hidr\u00e1ulica. Isto significa que as usinas nucleares tendem a elevar as tarifas para o suprimento de eletricidade. Para instala\u00e7\u00e3o de uma usina nuclear, em pa\u00edses democr\u00e1ticos, costuma-se realizar plebiscitos para consultar a popula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil possui a 6\u00aa maior reserva mundial de ur\u00e2nio,<\/strong> <\/span>assegurando uma excelente reserva e a garantia do suprimento de combust\u00edvel. \u00c9 um dos maiores mercados de energia el\u00e9trica do mundo.<\/p>\n\n\n\n

No Brasil, a aplica\u00e7\u00f5es das radia\u00e7\u00f5es nucleares na ind\u00fastria, agricultura e meio ambiente inserem-se em v\u00e1rios segmentos e apresentam significativo impacto econ\u00f4mico e social. A energia nuclear indica muitas possibilidades para o futuro como, por exemplo, o uso desta tecnologia no suprimento do calor de processo, da mesma forma que nas alternativas comerciais de propuls\u00e3o naval. A produ\u00e7\u00e3o conjunta de \u00e1gua doce por dessaliniza\u00e7\u00e3o da \u00e1gua do mar e energia el\u00e9trica reduz o custo de gera\u00e7\u00e3o da eletricidade, \u00e9 interessante comercialmente e tem sido considerada como uma das vias para reduzir a escassez futura de \u00e1gua doce, quando for poss\u00edvel garantir um fator de capacidade compat\u00edvel com os requisitos dessa produ\u00e7\u00e3o conjunta.<\/p>\n\n\n\n

Brasil desenvolve t\u00e9cnica avan\u00e7ada de enriquecimento de ur\u00e2nio<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/strong>Ur\u00e2nio para a China<\/p>\n\n\n\n

Os governos do Brasil e da China manifestaram o prop\u00f3sito de estabelecer um acordo de coopera\u00e7\u00e3o nuclear. Sexta maior reserva de Ur\u00e2nio do mundo, o Brasil forneceria a subst\u00e2ncia aos chineses, que a processariam para ser utilizada em usinas nucleares. Os recursos dessa venda seriam investidos no programa nuclear brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

Para gerar energia de qualquer tipo, o Ur\u00e2nio precisa ser enriquecido, processo pelo qual se aumenta a concentra\u00e7\u00e3o do elemento, que aparece na natureza de forma impura e rarefeita. O Brasil domina a primeira fase desse processamento e est\u00e1 pr\u00f3ximo de alcan\u00e7ar o ciclo completo nas instala\u00e7\u00f5es de Resende (RJ), cuja vistoria internacional \u00e9 alvo de pol\u00eamica.<\/p>\n\n\n\n

Com pouco enriquecimento, o Ur\u00e2nio \u00e9 combust\u00edvel para usinas de produ\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9trica. Com enriquecimento m\u00e9dio, funciona como combust\u00edvel para submarinos. O Brasil s\u00f3 admite seu interesse nessas duas possibilidades, reiterando a todo tempo que abdica do alto enriquecimento, destinado \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de bombas nucleares.<\/p>\n\n\n\n

O avan\u00e7o brasileiro \u2013 e de outros pa\u00edses em desenvolvimento \u2013 na \u00e1rea de tecnologia nuclear tem causado alguma A tecnologia de enriquecimento isot\u00f3pico de ur\u00e2nio com laser, pesquisada desde 1981 pelo Instituto de Estudos Avan\u00e7ados (IEAv) do Centro Tecnol\u00f3gico Aeroespacial (CTA), de S\u00e3o Jos\u00e9 dos Campos, possui diversas aplica\u00e7\u00f5es, desde o desenvolvimento de combust\u00edvel para reatores de pequeno porte para utiliza\u00e7\u00e3o em submarinos, at\u00e9 para gera\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9trica atrav\u00e9s de Unidades Aut\u00f4nomas Compactas de Produ\u00e7\u00e3o de Energia. Segundo o pesquisador Nicolau Rodrigues, da Divis\u00e3o de Fot\u00f4nica do IEAv, a t\u00e9cnica, que j\u00e1 atingiu resultados somente alcan\u00e7ados em laborat\u00f3rios instalados em seis pa\u00edses (EUA, Inglaterra, Fran\u00e7a, Jap\u00e3o, R\u00fassia e China), poder\u00e1 ser aplicada tamb\u00e9m na produ\u00e7\u00e3o de radiof\u00e1rmacos (subst\u00e2ncias radioativas para o uso no diagn\u00f3stico e tratamento de doen\u00e7as, principalmente o c\u00e2ncer) e no desenvolvimento de novos materiais como, por exemplo, ligas met\u00e1licas e materiais magn\u00e9ticos.<\/p>\n\n\n\n

O enriquecimento de ur\u00e2nio \u00e9 o processo pelo qual se aumenta a concentra\u00e7\u00e3o de um de seus is\u00f3topos, o 235U, que \u00e9 muito pequena no ur\u00e2nio natural (cerca de 0,7%). O is\u00f3topo 238U \u00e9 o mais abundante na natureza (cerca de 99,3%), por\u00e9m o 235U \u00e9 mais adequado para produ\u00e7\u00e3o de energia. Por isso, a maioria dos reatores t\u00e9rmicos atuais opera com ur\u00e2nio \u2018enriquecido\u2019.<\/p>\n\n\n\n

Azambuja: O Brasil n\u00e3o desenvolve armas nucleares para se impor no cen\u00e1rio internacional, diferentemente de outros<\/span> <\/span>pa\u00edses<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/strong>O embaixador Marcos<\/span> <\/span>Azambuja, membro do Conselho Curador do Cebri e ex-secret\u00e1rio-geral do Itamaraty, ressaltou que o Brasil n\u00e3o desenvolve armas nucleares para se impor no cen\u00e1rio internacional, diferentemente de outros<\/span> <\/span>pa\u00edses, como China e Alemanha. \u201cO Brasil est\u00e1 em uma pos<\/span>i\u00e7\u00e3o confort\u00e1vel, \u00e9 signat\u00e1rio do <\/span>Tratado de N\u00e3o Prolifera\u00e7\u00e3o Nuclear <\/span>(TNP) e n\u00e3o tem interesse em armas nucleares\u201d, explicou Azambuja.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, a cientista pol\u00edtica Renata Dalaqua, coordenadora de projetos<\/span> <\/span>do Cebri, chamou a aten\u00e7\u00e3o para uma pos<\/span>tura cr\u00edtica brasileira frente ao TNP. Segundo ela, o acordo \u00e9 visto como um instrumento injusto, j\u00e1 que prev\u00ea a interrup\u00e7\u00e3o imediata de projetos<\/span> <\/span>nucleares nos<\/span> <\/span>pa\u00edses signat\u00e1rios<\/span>, mas permite a manuten\u00e7\u00e3o do armamento nuclear j\u00e1 existente em algumas na\u00e7\u00f5es. \u201cQuando se desenhou o TNP, mesmo seus maiores defensores sabiam que era uma solu\u00e7\u00e3o prec\u00e1ria. N\u00e3o h\u00e1 acordo desigual que pos<\/span>sa ter uma durabilidade de longo prazo\u201d, completou Azambuja.<\/p>\n\n\n\n

Mas, segundo a vis\u00e3o norte-americana, o enriquecimento de ur\u00e2nio no Brasil, ainda que para uso em pesquisas nucleares com fins pac\u00edficos<\/span>, pode abrir um precedente para pa\u00edses com uma atua\u00e7\u00e3o amb\u00edgua no campo internacional, como o Ir\u00e3.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo assim, o Brasil foi estimulado pelo governo norte-americano a assumir um papel de mediador durante o <\/span>Acordo de Teer\u00e3 de 2010, entre Ir\u00e3 e Turquia. Segundo o documento, o Ir\u00e3 \u2013 que n\u00e3o domina a tecnologia de enriquecimento de ur\u00e2nio \u2013 entregaria \u00e0 Turquia cerca de 1.200 quilos<\/span> <\/span>desse elemento levemente enriquecido e, em troca, receberia 1\/10 dessa quantidade 20% enriquecido.<\/p>\n\n\n\n

A atua\u00e7\u00e3o brasileira nesse caso foi um dos<\/span> <\/span>motivos<\/span> <\/span>das primeiras tens\u00f5es entre Brasil e Estados Unidos, pois o governo norte-americano n\u00e3o queria retirar as san\u00e7\u00f5es impostas ao Ir\u00e3 por sua postura em rela\u00e7\u00e3o ao desenvolvimento de projetos nucleares. O impasse acabou levando os Estados Unidos a afastarem o Brasil das negocia\u00e7\u00f5es, aumentando as tens\u00f5es entre os dois pa\u00edses.<\/p>\n\n\n\n

 (In)se<\/span>gura<\/span>n\u00e7a<\/span> <\/span>e<\/span>m <\/span>A<\/span>ngra<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/span><\/strong>Se<\/span>guindo<\/span> <\/span>o<\/span> <\/span>pro<\/span>ce<\/span>dime<\/span>nto<\/span> <\/span>inte<\/span>rna<\/span>cio<\/span>na<\/span>l, no<\/span> <\/span>e<\/span>nta<\/span>nto<\/span>, <\/span>o<\/span> <\/span>Bra<\/span>sil ta<\/span>mb\u00e9m rea<\/span>va<\/span>lio<\/span>u sua<\/span>s insta<\/span>la<\/span>\u00e7\u00f5e<\/span>s <\/span>a<\/span>p\u00f3s Fukushima<\/span>. Lo<\/span>ca<\/span>liza<\/span>da<\/span>s <\/span>e<\/span>ntre<\/span> <\/span>a<\/span> <\/span>se<\/span>rra<\/span> <\/span>e<\/span> <\/span>o<\/span> <\/span>ma<\/span>r, <\/span>a<\/span>s ma<\/span>io<\/span>re<\/span>s <\/span>a<\/span>mea<\/span>\u00e7a<\/span>s s\u00e3o o<\/span>s de<\/span>sliza<\/span>me<\/span>nto<\/span>s <\/span>e<\/span> <\/span>a<\/span>s chuva<\/span>s da<\/span> <\/span>re<\/span>gi\u00e3o<\/span>. \u201cRe<\/span>vimo<\/span>s pro<\/span>ce<\/span>dime<\/span>nto<\/span>s <\/span>e<\/span> <\/span>re<\/span>dime<\/span>nsio<\/span>na<\/span>mo<\/span>s ma<\/span>rge<\/span>ns de<\/span> <\/span>se<\/span>gura<\/span>n\u00e7a<\/span> <\/span>re<\/span>la<\/span>cio<\/span>na<\/span>da<\/span>s <\/span>a<\/span> <\/span>inunda<\/span>\u00e7\u00f5e<\/span>s, de<\/span>smo<\/span>ro<\/span>na<\/span>me<\/span>nto<\/span>s, inc\u00eandio<\/span>s, <\/span>o<\/span>nda <\/span>se<\/span> <\/span>a<\/span>t\u00e9 to<\/span>rna<\/span>do<\/span>s\u201d, co<\/span>nto<\/span>u Ca<\/span>rne<\/span>iro<\/span>. No<\/span> <\/span>to<\/span>ta<\/span>l, <\/span>o<\/span> <\/span>pla<\/span>no<\/span> <\/span>de<\/span> <\/span>re<\/span>spo<\/span>sta<\/span> <\/span>\u00e0 Fukushima<\/span>, pro<\/span>duzido <\/span>pe<\/span>la<\/span> <\/span>E<\/span>le<\/span>tro<\/span>nuclea<\/span>r <\/span>e<\/span>m 2012, pro<\/span>p\u00f5e<\/span> <\/span>ma<\/span>is de<\/span> <\/span>50 me<\/span>dida<\/span>s, <\/span>a<\/span>lguma<\/span>s j\u00e1 impla<\/span>nta<\/span>da<\/span>s.<\/p>\n\n\n\n

Me<\/span>smo<\/span> <\/span>a<\/span>ssim, muito<\/span>s pa<\/span>rticipa<\/span>nte<\/span>s do<\/span> <\/span>e<\/span>ve<\/span>nto<\/span> <\/span>le<\/span>va<\/span>nta<\/span>ra<\/span>m uma<\/span> <\/span>que<\/span>st\u00e3o<\/span> <\/span>po<\/span>l\u00eamica<\/span> <\/span>no <\/span>pla<\/span>no<\/span> <\/span>de<\/span> <\/span>se<\/span>gura<\/span>n\u00e7a<\/span>: <\/span>o<\/span>s pro<\/span>ce<\/span>dime<\/span>nto<\/span>s de<\/span> <\/span>e<\/span>va<\/span>cua<\/span>\u00e7\u00e3o<\/span> <\/span>da<\/span> <\/span>re<\/span>gi\u00e3o<\/span>. \u201cO<\/span> <\/span>pla<\/span>no<\/span> <\/span>de<\/span> <\/span>e<\/span>me<\/span>rg\u00eancia <\/span>\u00e9 uma<\/span> <\/span>a<\/span>bstra<\/span>\u00e7\u00e3o<\/span>. Po<\/span>r <\/span>e<\/span>xe<\/span>mplo<\/span>, <\/span>o<\/span>s de<\/span>sliza<\/span>me<\/span>nto<\/span>s fre<\/span>que<\/span>nte<\/span>s de<\/span> <\/span>e<\/span>nco<\/span>sta<\/span>s co<\/span>rta<\/span>m <\/span>a<\/span>s ro<\/span>ta<\/span>s de<\/span> <\/span>fuga<\/span>, co<\/span>mo<\/span> <\/span>a<\/span> <\/span>BR101\u201d, <\/span>a<\/span>va<\/span>lio<\/span>u <\/span>o<\/span> <\/span>e<\/span>nge<\/span>nhe<\/span>iro<\/span> <\/span>a<\/span>gr\u00f4no<\/span>mo<\/span> <\/span>Jo<\/span>s\u00e9 Ra<\/span>fae<\/span>l Ribe<\/span>iro<\/span>, co<\/span>nse<\/span>lhe<\/span>iro<\/span> <\/span>da<\/span> <\/span>So<\/span>cie<\/span>da<\/span>de<\/span> <\/span>A<\/span>ngre<\/span>nse<\/span> <\/span>de<\/span> <\/span>Pro<\/span>te<\/span>\u00e7\u00e3o<\/span> <\/span>E<\/span>co<\/span>l\u00f3gica<\/span>.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA<\/span>l\u00e9m disso<\/span>, <\/span>e<\/span>le<\/span> <\/span>se <\/span>co<\/span>nce<\/span>ntra<\/span> <\/span>principa<\/span>lme<\/span>nte<\/span> <\/span>numa<\/span> <\/span>\u00e1rea<\/span> <\/span>de<\/span> <\/span>5km <\/span>ao<\/span> <\/span>re<\/span>do<\/span>r da<\/span> <\/span>usina<\/span>, boa<\/span> <\/span>pa<\/span>rte<\/span> <\/span>da<\/span> <\/span>po<\/span>pula<\/span>\u00e7\u00e3o <\/span>n\u00e3o<\/span> <\/span>\u00e9 co<\/span>nte<\/span>mpla<\/span>da<\/span>. <\/span>E<\/span>m s\u00ednte<\/span>se<\/span>, <\/span>o<\/span> <\/span>pla<\/span>no<\/span> <\/span>\u00e9 <\/span>a<\/span>cre<\/span>dita<\/span>r que<\/span> <\/span>a<\/span>quilo<\/span> <\/span>a<\/span>li nunca<\/span> <\/span>va<\/span>i va<\/span>za<\/span>r.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Um processo demorado<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/strong>Um grande entrave para <\/span>uma<\/span> <\/span>poss\u00edvel amplia\u00e7\u00e3o do uso da energia at\u00f4mica no pa\u00eds, no entanto, \u00e9 a dificuldade na constru\u00e7\u00e3o de novas usinas. Angra 3, por exemplo, estava prevista para entrar em funcionamento em 2013, mas com menos de 50% da obra conclu\u00edda, a inaugura\u00e7\u00e3o foi adiada para 2016 ou at\u00e9 para o ano seguinte. Isso tem impacto nos custos, segundo Guimar\u00e3es: \u201cUma<\/span> <\/span>usina nuclear demanda <\/span>uma<\/span> <\/span>quantidade muito grande de investimentos; Angra 3 vai custar cerca de R$10 bilh\u00f5es\u201d, afirmou. \u201cE, como qualquer obra, os seguidos adiamentos dos trabalhos acarretam em custos extras.\u201d<\/p>\n\n\n\n

O engenheiro lembrou que a Coreia do Sul construiu seu primeiro reator no mesmo per\u00edodo de Angra 1 e hoje possui mais de 20. Ele tamb\u00e9m lamentou as muitas condi\u00e7\u00f5es impostas ao empreendimento no Brasil. \u201cPrecisamos de um novo modelo, com regras que garantam a seguran\u00e7a, mas n\u00e3o inviabilizem o projeto\u201d, afirmou. \u201cDevemos avaliar a possibilidade de parcerias p\u00fablico-privadas. H\u00e1 muitas maneiras de fazer isso e manter o controle p\u00fablico, mas n\u00e3o h\u00e1 marco regulat\u00f3rio que defina essas regras.\u201d <\/p>\n\n\n\n

Pesquisas com betume<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/strong>O rejeito \u00e9 gerado por desde a minera\u00e7\u00e3o do ur\u00e2nio at\u00e9 o reprocessamento de combust\u00edvel nuclear irradiado. Grande parte permanece radioativo por milhares de anos. No mundo todo, estima-se que dez mil toneladas de res\u00edduos <\/span>radioativos<\/span> <\/span>sejam geradas por ano.<\/p>\n\n\n\n

O pequeno corpo de prova \u00e9 uma amostra de laborat\u00f3rio da mistura de rejeitos<\/span> <\/span>nucleares e betume, que em usinas \u00e9 feito em tambores de 200 litros (foto: Sandro Selles).<\/p>\n\n\n\n

Segundo Guzella, a ideia de utilizar o betume para<\/span> <\/span>incorporar o rejeito surgiu primeiro na Fran\u00e7a, e estudos a respeito foram feitos na B\u00e9lgica e na Alemanha. Esses pa\u00edses chegaram a uma composi\u00e7\u00e3o para<\/span> <\/span>o uso do betume na incorpora\u00e7\u00e3o de rejeitos<\/span> <\/span>nucleares. \u201cO Brasil n\u00e3o produz o betume com essa especifica\u00e7\u00e3o, e o meu trabalho foi justamente o de pesquisar um betume nacional <\/span>para<\/span> <\/span>o processo\u201d, explica ela.<\/p>\n\n\n\n

A engenheira qu\u00edmica testou v\u00e1rios tipos de betume e chegou a uma f\u00f3rmula <\/span>para <\/span>viabilizar o processo. O sistema funciona da seguinte maneira: o rejeito l\u00edquido de usinas nucleares \u00e9 agregado ao betume aquecido em um extrusor evaporador \u2013 equipamento que permite a mistura dos dois, resultando num produto homog\u00eaneo e com baixas taxas de lixivia\u00e7\u00e3o. Solidificada, a mistura \u00e9 colocada em tambores que podem ser armazenados em dep\u00f3sitos finais com seguran\u00e7a por at\u00e9 300 anos. <\/p>\n\n\n\n

“O projeto pode trazer benef\u00edcios econ\u00f4micos e ambientais <\/span>para<\/span> <\/span>o Brasil\u201d<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/strong>Pela complexidade dos equipamentos e do processo, o projeto de Guzella s\u00f3 pode ser aplicado em usinas nucleares. Al\u00e9m de Angra 2, a usina de Goesgen, na Su\u00ed\u00e7a, tamb\u00e9m usa betume <\/span>para<\/span> <\/span>armazenar seus <\/span>rejeitos<\/span> <\/span>desde o in\u00edcio da opera\u00e7\u00e3o \u2013 por\u00e9m, com o betume com caracter\u00edsticas especificadas por estudos alem\u00e3es.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSabemos que o projeto pode trazer benef\u00edcios econ\u00f4micos e ambientais <\/span>para<\/span> <\/span>o Brasil\u201d, defende a engenheira. \u201cA nossa obriga\u00e7\u00e3o \u00e9 fazer com que a incorpora\u00e7\u00e3o e o dep\u00f3sito atendam \u00e0s necessidades regulamentadas, e n\u00e3o haja amea\u00e7as \u00e0 popula\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Participa\u00e7\u00e3o da Energia Nuclear na Produ\u00e7\u00e3o de Energia El\u00e9trica<\/strong><\/p>\n\n\n\n

 Pa\u00eds  <\/strong><\/td> Produ\u00e7\u00e3o %  <\/strong><\/td> Pa\u00eds  <\/strong><\/td> Produ\u00e7\u00e3o %  <\/strong><\/td><\/tr>
Fran\u00e7a<\/td>75,00%<\/td>Espanha<\/td>31,00%<\/td><\/tr>
Litu\u00e2nia<\/td>73,10%<\/td>Reino Unido<\/td>28,90%<\/td><\/tr>
B\u00e9lgica<\/td>57,10%<\/td>Taiwan<\/td>25,30%<\/td><\/tr>
Bulg\u00e1ria<\/td>47,10%<\/td>Rep. Checa<\/td>20,80%<\/td><\/tr>
Rep. Eslovaca<\/td>47,00%<\/td>Estados Unidos<\/td>19,80%<\/td><\/tr>
Su\u00e9cia<\/td>46,80%<\/td>R\u00fassia<\/td>14,40%<\/td><\/tr>
Ucr\u00e2nia<\/td>43,80%<\/td>Canad\u00e1<\/td>12,40%<\/td><\/tr>
Rep. Cor\u00e9ia<\/td>42,80%<\/td>Rom\u00eania<\/td>10,70%<\/td><\/tr>
Hungria<\/td>38,30%<\/td>Argentina<\/td>9,00%<\/td><\/tr>
Eslov\u00eania<\/td>37,20%<\/td>\u00c1frica do Sul<\/td>7,10%<\/td><\/tr>
Arm\u00eania<\/td>36,40%<\/td>M\u00e9xico<\/td>5,20%<\/td><\/tr>
Su\u00ed\u00e7a<\/td>36,00%<\/td>Holanda<\/td>4,00%<\/td><\/tr>
Jap\u00e3o<\/td>34,70%<\/td>\u00cdndia<\/td>2,70%<\/td><\/tr>
Finl\u00e2ndia<\/td>33,10%<\/td>Brasil<\/td>1,30%<\/td><\/tr>
Alemanha<\/td>31,20%<\/td>China<\/td>\n

1,20%<\/p>\n<\/td><\/tr><\/tbody><\/table><\/figure>\n\n\n\n

Reda\u00e7\u00e3o Ambiente Brasil
\nCi\u00eancia Hoje On-line
\ncienciahoje.uol.com.br
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