{"id":113,"date":"2009-02-10T13:40:11","date_gmt":"2009-02-10T13:40:11","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:32:28","modified_gmt":"2021-07-10T23:32:28","slug":"o_velho_chico","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/agua\/artigos_agua_doce\/o_velho_chico.html","title":{"rendered":"O Velho Chico"},"content":{"rendered":"\n
O rio S\u00e3o Francisco tem 2,7 mil quil\u00f4metros de extens\u00e3o e corta cinco estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Desde sua nascente em S\u00e3o Roque de Minas (MG), em local conhecido como \u201cChapad\u00e3o do Zagaia\u201d, at\u00e9 sua foz no Oceano Atl\u00e2ntico, na divisa entre Sergipe e Alagoas, s\u00e3o mais de 500 munic\u00edpios banhados pela bacia, onde vivem 14 milh\u00f5es de habitantes, popula\u00e7\u00e3o maior que a de pa\u00edses como Cuba, Su\u00e9cia, Chile, Gr\u00e9cia e Paraguai. O Velho Chico foi descoberto por Am\u00e9rico Vesp\u00facio. Em suas margens pernambucanas formou o primeiro povoamento que usaria suas \u00e1guas como fonte de vida.<\/p>\n\n\n\n O rio S\u00e3o Francisco caminha para o mar, irriga a terra \u00e1rida e realiza um verdadeiro milagre de S\u00e3o Francisco: d\u00e1 vida ao sert\u00e3o. Alguns olhos-d’\u00e1gua escondidos pela vegeta\u00e7\u00e3o baixa e ressecada do Chapad\u00e3o da Zagaia, Serra da Canastra, Minas Gerais, geram um dos maiores rios do Brasil, cerca de 640 mil quil\u00f4metros quadrados, que ocupa 8% do territ\u00f3rio brasileiro, o rio da unidade nacional, o Velho Chico. Mais que um rio, o Velho Chico \u00e9 um fato cultural, como o Velho Nilo, seu irm\u00e3o africano – a medida \u00e9 outra, mas o sentido \u00e9 o mesmo.<\/p>\n\n\n\n Nascente<\/strong> – O rio S\u00e3o Francisco nasce num brejo da Serra da Canastra, a cerca de mil metros de altura, logo ao deixar a serra despenca 200 metros na cachoeira Casca d’Anta, desce em degraus e, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), flui suavemente, permitindo que barcos de todos os tamanhos naveguem suas \u00e1guas. Era esse o trecho percorrido at\u00e9 pouco tempo pelas famosas gaiolas. Hoje, o Parque Nacional da Serra da Canastra preserva a nascente do grande rio, guarda vales de excepcional beleza, florestas nativas, campos e, para arrematar, tamandu\u00e1s, tatus-canastra e lontras, ao vivo, em cores e sem grades. <\/p>\n\n\n\n Foz<\/strong> – Ap\u00f3s despencar 80 metros na cachoeira de Paulo Afonso, o rio S\u00e3o Francisco corre manso mais 310 quil\u00f4metros e por fim encontra o mar. \u00c9 o maior rio inteiramente brasileiro. O Velho Chico des\u00e1gua numa costa lisa, entre coqueirais e manguezais, dunas e praias douradas.<\/p>\n\n\n\n Caracter\u00edsticas F\u00edsicas:<\/strong><\/p>\n\n\n\n Principais Afluentes: <\/strong><\/p>\n\n\n\n Hoje, o estado de degrada\u00e7\u00e3o em que o rio se encontra \u00e9 um retrato de como o pa\u00eds vem administrando seus recursos naturais. Dentre os principais agentes poluidores do S\u00e3o Francisco destacam-se as a\u00e7\u00f5es desordenadas de mineradoras, a eros\u00e3o do solo, o uso indiscriminado de agrot\u00f3xicos. Mas o grande vil\u00e3o \u00e9 a regi\u00e3o metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, que polui seu maior afluente, o Rio das Velhas.<\/p>\n\n\n\n O rio S\u00e3o Francisco \u00e9 v\u00edtima do desmatamento e queimadas desde a sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, da polui\u00e7\u00e3o na forma de agrot\u00f3xicos, esgotos dom\u00e9sticos e industriais, al\u00e9m do desvio de \u00e1gua cada vez maior para projetos de irriga\u00e7\u00e3o mal elaborados, o Velho Chico a cada ano tem diminu\u00eddo perigosamente o seu volume de \u00e1gua e a navega\u00e7\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o se faz em determinados trechos e em determinadas \u00e9pocas.<\/p>\n\n\n\n O rio \u00e9 v\u00edtima do desprezo e da irresponsabilidade de sucessivos governantes, seja a n\u00edvel federal ou estadual, insens\u00edveis e incapazes da ado\u00e7\u00e3o de medidas para impedir a sua morte lenta. As derrubadas e queimadas de \u00e1rvores, seja na nascente ou ao longo do seu percurso, est\u00e3o cada vez maiores. As cidades ribeirinhas (mais de 150) n\u00e3o t\u00eam sistema de tratamento de esgoto e as ind\u00fastrias idem, despejando toda sujeira no seu leito. Agricultores, uns sem escr\u00fapulos, outros por falta de orienta\u00e7\u00e3o, usam e abusam de agrot\u00f3xicos em planta\u00e7\u00f5es nas margens do rio e esse veneno tamb\u00e9m \u00e9 conduzido para o Velho Chico.<\/p>\n\n\n\n O desmatamento, al\u00e9m de contribuir para secas constantes nas nascentes do S\u00e3o Francisco e de seus afluentes, provoca a queda de barrancas e, conseq\u00fcentemente, o assoreamento do rio (ac\u00famulo de terra no leito). O resultado disso \u00e9 o perigo e dificuldade de navega\u00e7\u00e3o, pois muitas ilhas j\u00e1 est\u00e3o formadas em seu percurso.<\/p>\n\n\n\n Lendas e Mitos<\/strong><\/p>\n\n\n\n Para espantar mau olhado, esp\u00edrito presepeiro, mal-assombro e pescaria ruim: caretas. Na base do quanto mais feia melhor, o nome oficial \u00e9 carranca. Na proa, esculpidas em madeira, um rosto assustador, s\u00e3o monstros tem\u00edveis cuja fun\u00e7\u00e3o \u00e9 botar pra correr os mitos origin\u00e1rios e residentes no S\u00e3o Francisco, como a M\u00e3e-d’\u00e1gua e o Minhoc\u00e3o. De sobra, no passado, susto tamb\u00e9m para os indesej\u00e1veis jacar\u00e9s, hoje extintos. Em algumas partes, as figuras de proa eram chamadas tamb\u00e9m de cara de pau ou le\u00e3o de barca.<\/p>\n\n\n\n O personagem Negro d’\u00c1gua, sai das \u00e1guas para pedir fumo, e a M\u00e3e d’\u00c1gua, amiga das lavadeiras que adora presentes, j\u00e1 fazem parte da cultura local.<\/p>\n\n\n\n H\u00e1 muito tempo, l\u00e1 na Serra da Canastra, existia uma grande tribo ind\u00edgena, em que vivia uma linda cabloca chamada Iati. Com o in\u00edcio de uma grande guerra no norte, todas as tribos do sul foram convocadas e o noivo de Iati partiu entre os guerreiros. Mas eles estavam em n\u00famero t\u00e3o grande que seus passos afundaram no sulco do Cerrado. Iati, triste e desolada, chorou copiosamente at\u00e9 os \u00faltimos dias de sua vida. Suas l\u00e1grimas desesperadas formaram a Cachoeira de Casca Dantas e seguiram o sulco afundando pelos passos dos guerreiros, formando o Rio S\u00e3o Francisco.<\/p>\n\n\n\n Fonte parcial: Governo de Minas Gerais<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O rio S\u00e3o Francisco caminha para o mar, irriga a terra \u00e1rida e realiza um verdadeiro milagre de S\u00e3o Francisco: d\u00e1 vida ao sert\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":114,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1384],"tags":[966],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/113"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=113"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/113\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5266,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/113\/revisions\/5266"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/114"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=113"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=113"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=113"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}<\/figure>\n\n\n\n