<\/p>\n O grupo MDI – Moteur Developpement International que desenvolveu este ve\u00edculo limpo foi, recentemente, apresentado em Londres, Paris e S\u00e3o Paulo. Com mais de 50 licen\u00e7as de fabrica\u00e7\u00e3o espalhadas pelo mundo, o MDI pronto em breve estar\u00e1 circulando nas ruas da Fran\u00e7a, Israel, Espanha, Portugal, It\u00e1lia, Nova Zel\u00e2ndia, \u00c1frica do Sul, M\u00e9xico, Col\u00f4mbia, Peru e Panam\u00e1. O grupo MDI – Moteur Developpement International tem a sua matriz sediada em Luxemburgo, sendo propriet\u00e1rios de mais de 30 patentes em 120 pa\u00edses. A f\u00e1brica dos prot\u00f3tipos MDI fica localizada na mediterr\u00e2nea cidade de Nice, no Sul da Fran\u00e7a; ali mais de 60 t\u00e9cnicos trabalham no desenvolvimento desta nova ind\u00fastria, estando j\u00e1 conclu\u00edda a primeira f\u00e1brica de produ\u00e7\u00e3o em s\u00e9rie.<\/p>\n\n\n\n \u201cN\u00e3o s\u00f3 estamos fabricando apenas um carro especial, sen\u00e3o todo um sistema de transformar energia de uma maneira ecologicamente correta. O desenvolvimento de novas aplica\u00e7\u00f5es do motor MDI ter\u00e1 muitas possibilidades na ind\u00fastria de hoje e na do futuro, inclusive no desenvolvimento das t\u00e9cnicas para o armazenamento de energia\u201d, disse Guy N\u00e8gre.<\/p>\n\n\n\n No momento, o carro MDI est\u00e1 em fase de certifica\u00e7\u00e3o para rodar nas estradas da Europa. Ao mesmo tempo, com a sua recente apresenta\u00e7\u00e3o oficial em Barcelona, a expans\u00e3o comercial est\u00e1 em pleno desenvolvimento e aberta a todo o mercado mundial. A cess\u00e3o dos direitos por pa\u00edses para sua produ\u00e7\u00e3o \u00e9 a \u00fanica fonte de financiamento da empresa. O \u00faltimo contrato assinado na Espanha por dez milh\u00f5es de Euros \u201cpermite dar um novo e importante passo na conquista do mercado por este ve\u00edculo n\u00e3o-poluente\u201d, afirmou o inventor.<\/p>\n\n\n\n Aproximadamente mil especialistas de todo mundo j\u00e1 testaram os prot\u00f3tipos no Centro MDI; muitos deles investidores, diretores financeiros, t\u00e9cnicos e jornalistas especializados em ind\u00fastria automobil\u00edstica. A primeira pergunta que se faz quando se est\u00e1 diante de tal inova\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica \u00e9: \u201cfunciona mesmo?\u201d Todos os especialistas que j\u00e1 visitaram o Centro MDI na Fran\u00e7a confirmaram que os resultados s\u00e3o absolutamente surpreendentes. Os prot\u00f3tipos funcionam!<\/p>\n\n\n\n Principais caracter\u00edsticas<\/strong><\/p>\n\n\n\n Como o ve\u00edculo de N\u00e8gre n\u00e3o tem combust\u00e3o, n\u00e3o existe a polui\u00e7\u00e3o. O ar da atmosfera que \u00e9 utilizado, previamente filtrado, se mistura com o ar comprimido no cilindro; isto significa que o processo purifica 90 m3 de ar atmosf\u00e9rico por dia. No primeiro prot\u00f3tipo finalizado, a autonomia revelou-se duas vezes superior \u00e0 autonomia do carro el\u00e9trico mais sofisticado (entre 200 e 300 km, ou 10 horas de funcionamento). Este \u00e9 um dado muito importante, porque 80% dos motoristas conduzem menos de 60 km ao dia.<\/p>\n\n\n\n A previs\u00e3o de Guy N\u00e8gre \u00e9 a de que, quando o mercado se expandir, os postos de abastecimento ser\u00e3o adaptados para vender o ar comprimido. O carro se carrega em apenas tr\u00eas minutos com um custo de, aproximadamente, R$ 6,00 (seis Reais) para percorrer entre 250 e 300 km.<\/p>\n\n\n\n Como alternativa, o carro tem um pequeno compressor \u00e0 bordo que permite ser recarregado ao ser conectado \u00e0 rede el\u00e9trica, num tempo que varia entre 3 e 4 horas. Devido a aus\u00eancia de combust\u00e3o e de res\u00edduos, a troca de \u00f3leo (1 litro de \u00f3leo vegetal) ocorre a cada 50.000 km.<\/p>\n\n\n\n O ciclo do motor MDI<\/strong><\/p>\n\n\n\n \u201cUm motor revolucion\u00e1rio tem de ser acompanhado por um carro revolucion\u00e1rio. Outras marcas somente adaptaram novas tecnologias a carros tradicionais, por\u00e9m o nosso MDI \u00e9 \u00fanico e, sem d\u00favida ser\u00e1 o carro do futuro\u201d , sentencia N\u00e8gre.<\/p>\n\n\n\n O motor MDI tem um sistema inovador muito importante: uma biela articulada. Esta t\u00e9cnica permite que, quando o pist\u00e3o alcan\u00e7a o final de seu ciclo, a expans\u00e3o se produz num volume constante. Esta patente poder\u00e1 ser aplicada a motores de combust\u00e3o convencionais. As tr\u00eas fases do seu funcionamento s\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n a) Fase de compress\u00e3o: no motor o ar atmosf\u00e9rico \u00e9 comprimido at\u00e9 uma press\u00e3o de 20 bars com o pist\u00e3o e fica transformado em ar quente de 400 \u00baC;<\/p>\n\n\n\n b) Fase de inje\u00e7\u00e3o de ar: assim que o pist\u00e3o para, o ar comprimido dos cilindros \u00e9 injetado no espa\u00e7o do motor onde est\u00e1 o ar quente; e,<\/p>\n\n\n\n c) Fase de expans\u00e3o: o ar \u00e9 injetado criando uma maior press\u00e3o e fazendo a ativa\u00e7\u00e3o do motor. A t\u00e9cnica \u00e9 t\u00e3o simples quanto o ovo de Colombo: o primeiro pist\u00e3o absorve e comprime o ar atmosf\u00e9rico. O ar se desloca para a c\u00e2mera esf\u00e9rica onde \u00e9 injetado com alta press\u00e3o pelos cilindros. A expans\u00e3o da mistura do ar atmosf\u00e9rico mais o ar comprimido move o pist\u00e3o que gera a energia do veiculo.<\/p>\n\n\n\n Zero Polui\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n O ar purificado que sai do cano de escapamento registra uma temperatura entre 0\u00baC e 30\u00baC negativos permitindo, assim, a sua utiliza\u00e7\u00e3o para o pr\u00f3prio sistema de ar condicionado do carro. Gra\u00e7as a este particular sistema, o motor MDI est\u00e1 aberto a diferentes aplica\u00e7\u00f5es, permitindo o seu uso fora da industria automobil\u00edstica. J\u00e1 foi testado com sucesso em barcos, mas a sua capacidade tem potencial para muitas outras aplica\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n O motor MDI \u00e9 ideal para o armazenamento de energia gerada por sistemas de \u201cZero Polui\u00e7\u00e3o\u201d, como sistemas solares, e\u00f3licos e, tamb\u00e9m, sistemas hidroel\u00e9tricos. At\u00e9 o momento o armazenamento de energia depende de baterias o que torna o sistema bastante problem\u00e1tico. O sistema MDI, representa, nesse sentido, um grande avan\u00e7o por se transformar num sistema muito eficiente de armazenamento e transforma\u00e7\u00e3o de energia.<\/p>\n\n\n\n O carro deve a sua autonomia aos tanques de ar comprimido que t\u00eam uma capacidade de 90 m3 a 300 bars.<\/p>\n\n\n\n O ar que sai do cano de escapamento \u00e9 ainda mais limpo do que aquele que entrou, pois \u00e9 filtrado na hora da compress\u00e3o. O sistema de ar condicionado est\u00e1 baseado na reciclagem do ar.<\/p>\n\n\n\n O carro \u00e9 simples e ligeiro. Sua estrutura externa \u00e9 feita de fibra de vidro, como nos carros mais modernos (Renault Espace), ao contr\u00e1rio dos carros habituais que s\u00e3o met\u00e1licos. O chassi \u00e9 tubular, como nos carros de corrida e nas motos; com isso se obt\u00e9m rigidez m\u00e1xima e redu\u00e7\u00e3o de peso. Por outro lado, as pe\u00e7as n\u00e3o est\u00e3o soldadas e sim coladas, como na tecnologia aeroespacial, reduzindo significativamente o tempo de montagem.<\/p>\n\n\n\n Sistema computadorizado<\/strong><\/p>\n\n\n\n O ve\u00edculo n\u00e3o tem os habituais contadores de velocidade anal\u00f3gicos; em seu lugar disp\u00f5e de um pequeno computador que repassa as informa\u00e7\u00f5es permanentemente. O sistema permite efetuar adapta\u00e7\u00f5es para sistemas de telefonia celular e de posicionamento por sat\u00e9lite (GPS), ou de programas personalizados para frota de \u00f4nibus, por exemplo, ou para ped\u00e1gios, ou mesmo para os sistemas de seguran\u00e7a e automatiza\u00e7\u00e3o de fun\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n Os cintos de seguran\u00e7a t\u00eam uma grande diferen\u00e7a em rela\u00e7\u00e3o a modelos existentes: os pontos de fixa\u00e7\u00e3o est\u00e3o integrados no piso. Em caso de acidentes, os passageiros e o motorista ficam absolutamente firmes e protegidos nos bancos. O sistema el\u00e9trico do autom\u00f3vel \u00e9 sumamente avan\u00e7ado.<\/p>\n\n\n\n Guy N\u00e8gre patenteou um sistema el\u00e9trico que reduziu toda a fia\u00e7\u00e3o para um \u00fanico cabo. O truque \u00e9 um sistema com transmiss\u00e3o de dados pelo cabo que indica, via computador, as fun\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas a serem ativadas ou desligadas. Por exemplo, far\u00f3is, pisca-pisca, alerta, etc. Com esta t\u00e9cnica se reduz em 20 kg o peso do sistema, sendo a sua manuten\u00e7\u00e3o bastante simples. Esta inova\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m foi adaptada para a seguran\u00e7a e o funcionamento do carro que \u00e9 ativado mediante uma chave el\u00e9trica digital.<\/p>\n\n\n\n J\u00e1 existem quatro modelos em produ\u00e7\u00e3o: um t\u00e1xi, inspirado nos cl\u00e1ssicos ingleses est\u00e1 em circula\u00e7\u00e3o experimental em Londres; ele possui diversas vantagens para os passageiros e para motorista em rela\u00e7\u00e3o a conforto, economia e ergonomia. Uma Van e uma Pick-up foram desenvolvidas para simplificar o trabalho de v\u00e1rias profiss\u00f5es urbanas, rurais ou industriais. Finalmente, existe um modelo familiar, bastante espa\u00e7oso e com configura\u00e7\u00f5es diferentes, que oferece diversas op\u00e7\u00f5es. O pre\u00e7o previsto para o consumidor final \u00e9 de dezoito mil Reais.<\/p>\n\n\n\n Guy N\u00e8gre, j\u00e1 antes de criar o motor mono-energia de ar comprimido, n\u00e3o era um desconhecido na ind\u00fastria automobil\u00edstica. Nos anos 80 trabalhou com motores de avia\u00e7\u00e3o. Em seguida, com muito sucesso e pr\u00eamios, deu grandes contribui\u00e7\u00f5es para os motores dos carros da F\u00f3rmula 1. Com o apoio do Instituto Franc\u00eas da Ind\u00fastria Petrol\u00edfera, desenvolveu um motor de 12 cilindros em W, para carros de competi\u00e7\u00e3o. Esse motor, por\u00e9m, n\u00e3o despertou suficiente interesse para ser produzido; Guy N\u00e8gre, n\u00e3o se deu por vencido e continuou desenvolvendo outras solu\u00e7\u00f5es. Ele voltou \u00e0 cena com outra inven\u00e7\u00e3o: o motor bi-energia: gasolina e ar comprimido. Desta vez o sucesso foi total.<\/p>\n\n\n\n Para desenvolver o motor mono-energia de ar comprimido, Guy N\u00e8gre fundou outra empresa especializada em pesquisas de novas energias alternativas: a firma CQFD de solu\u00e7\u00f5es \u00e0 base de ar. Ao longo dos \u00faltimos cinco anos, ele liderou uma equipe de 30 engenheiros, entre os quais seu filho Cyril N\u00e8gre; antes de trabalhar com seu pai, ele esteve empregado na ind\u00fastria automobil\u00edstica italiana Bugatti, desenvolvendo sistemas de tecnologia de ponta.<\/p>\n\n\n\n O Grupo MDI incorporou v\u00e1rias inova\u00e7\u00f5es e sistemas in\u00e9ditos, n\u00e3o somente como uma id\u00e9ia b\u00e1sica (energia em forma de ar comprimido), mas pelos materiais utilizados (fibra de vidro como estrutura e uso de \u00f3leo vegetal) e pelo planejamento t\u00e9cnico.<\/p>\n\n\n\n L\u00facia Chayb – Diretora da ECO 21 Um carro movido a ar? E funciona? A estas perguntas, colocadas com um tom de incredulidade, o engenheiro franc\u00eas Guy N\u00e8gre, sempre responde com rotundo \u201csim, funciona!\u201d <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":1126,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1454],"tags":[23,27,79],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1125"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1125"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1125\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5552,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1125\/revisions\/5552"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/1126"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1125"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1125"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1125"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}![\"q\"](\"midia\/imagens\/350.jpg\")
<\/figure>![\"q\"\/](\"midia\/imagens\/351.jpg\")
<\/figure>\n\n\n\n
<\/span><\/div>\n\n\n\n![\"q\"\/](\"midia\/imagens\/352.jpg\")
<\/figure>\n\n\n\n
Guy N\u00e8gre<\/strong><\/p>\n\n\n\n![\"q\"\/](\"midia\/imagens\/353.jpg\")
<\/figure>\n\n\n\n
<\/span><\/div>\n\n\n\n
\nFonte: Revista Eco 21, Ano XIII, Edi\u00e7\u00e3o 79, Junho 2003. (www.eco21.com.br)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"