{"id":1124,"date":"2009-01-23T11:33:18","date_gmt":"2009-01-23T11:33:18","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:33:51","modified_gmt":"2021-07-10T23:33:51","slug":"biodiesel_e_biomassa_duas_fontes_para_o_brasil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/energia\/artigos_energia\/biodiesel_e_biomassa_duas_fontes_para_o_brasil.html","title":{"rendered":"Biodiesel e Biomassa: duas fontes para o Brasil"},"content":{"rendered":"\n

No decorrer das pr\u00f3ximas d\u00e9cadas, dois fen\u00f4menos ter\u00e3o um efeito decisivo sobre o bem-estar e o modo de vida das pessoas. Ambos se desenvolvem em rede e ambos est\u00e3o ligados a uma tecnologia radicalmente nova. O primeiro fen\u00f4meno \u00e9 a consolida\u00e7\u00e3o do capitalismo global e, o segundo, a estrutura\u00e7\u00e3o de comunidades sustent\u00e1veis baseadas na implanta\u00e7\u00e3o pr\u00e1tica de um plano de a\u00e7\u00e3o ambiental definido na Agenda 21. Enquanto o capitalismo global est\u00e1 composto por redes eletr\u00f4nicas de fluxos de finan\u00e7as e de informa\u00e7\u00f5es, o projeto ecol\u00f3gico trabalha com redes ecol\u00f3gicas de fluxos de energia e de mat\u00e9rias-prima. A meta de economia global, em sua forma atual, \u00e9 a de elevar ao m\u00e1ximo a riqueza e o poder de suas elites; a do projeto ecol\u00f3gico \u00e9 a de elevar ao m\u00e1ximo a sustentabilidade da teia da vida.<\/p>\n\n\n\n

A abund\u00e2ncia das energias renov\u00e1veis em todas as partes do mundo cria novas perspectivas para os pa\u00edses pobres e de sustentabilidade para os pa\u00edses ricos. No Brasil, 60% da energia gerada hoje prov\u00e9m de fontes renov\u00e1veis, enquanto que outros pa\u00edses pretendem chegar a 12% somente em 2010. Atualmente, 85% da energia que movimenta o mundo \u00e9 de origem f\u00f3ssil e 80% dessa energia tem seu uso concentrado em cerca de 10 pa\u00edses. A contribui\u00e7\u00e3o do Brasil na emiss\u00e3o de g\u00e1s carb\u00f4nico para a atmosfera \u00e9 de 0,41%, enquanto que a dos EUA, China, Alemanha, R\u00fassia e Jap\u00e3o, soma 65%.<\/p>\n\n\n\n

A redu\u00e7\u00e3o das tens\u00f5es que o aproveitamento de energias renov\u00e1veis poder\u00e1 representar \u00e9, sem d\u00favida, uma raz\u00e3o contundente para alcan\u00e7ar a paz no mundo e gerar a sustentabilidade ecol\u00f3gica com justi\u00e7a social. Os combust\u00edveis de origem vegetal dos tr\u00f3picos representam o contraponto ao estopim de conflitos provocados pelo ocaso do petr\u00f3leo e pelo decl\u00ednio das demais fontes f\u00f3sseis. No S\u00e9culo 21, caber\u00e1 ao Brasil, em termos mundiais, desempenhar um importante papel; trata-se de uma grande oportunidade econ\u00f4mica que jamais pa\u00eds algum teve na hist\u00f3ria do mundo globalizado.<\/p>\n\n\n\n

\"qq\"\/<\/figure>\n\n\n\n

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A perspectiva de o Brasil se consolidar como o principal supridor mundial de combust\u00edveis renov\u00e1veis de elevado conte\u00fado energ\u00e9tico, \u00e9 vi\u00e1vel gra\u00e7as \u00e0 sua dimens\u00e3o continental localizada numa \u00e1rea tropical, e por possuir abundantes recursos h\u00eddricos (22 a 24% da \u00e1gua doce do planeta), al\u00e9m de imensas \u00e1reas desocupadas.<\/p>\n\n\n\n

O que se busca hoje \u00e9 estabelecer um pacto entre as na\u00e7\u00f5es pela integra\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica, a partir da produ\u00e7\u00e3o e do uso de combust\u00edveis renov\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

Nesse universo, o biodiesel surge como uma alternativa de diminui\u00e7\u00e3o da depend\u00eancia dos derivados de petr\u00f3leo e como um novo mercado para as oleaginosas, com perspectiva de redu\u00e7\u00e3o da emiss\u00e3o de poluentes. A introdu\u00e7\u00e3o do biodiesel no mercado representar\u00e1 uma nova din\u00e2mica para a agroind\u00fastria, com seu conseq\u00fcente efeito multiplicador em outros segmentos da economia, envolvendo \u00f3leos vegetais, \u00e1lcool, \u00f3leo diesel e mais os insumos e subprodutos da produ\u00e7\u00e3o do \u00e9ster vegetal.<\/p>\n\n\n\n

A viabiliza\u00e7\u00e3o do biodiesel requer, por\u00e9m, a implementa\u00e7\u00e3o de uma estrutura organizada para produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o de forma a atingir, com competitividade, os mercados potenciais. A introdu\u00e7\u00e3o do biodiesel demanda, portanto, investimentos ao longo da cadeia produtiva para garantir a oferta do produto com qualidade, al\u00e9m da perspectiva de retorno do capital empregado no desenvolvimento tecnol\u00f3gico e na sustentabilidade do abastecimento em longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

A produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola de \u00f3leos vegetais e de cana-de-a\u00e7\u00facar \u00e9 mais do que uma alternativa energ\u00e9tica; constitui a base para um modelo de desenvolvimento tecnol\u00f3gico e industrial aut\u00f4nomo e auto-sustentado, baseado em dados concretos da realidade nacional e na integra\u00e7\u00e3o do homem a uma realidade econ\u00f4mica em harmonia com o meio ambiente.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil, que ocupa a posi\u00e7\u00e3o de segundo produtor e exportador mundial de \u00f3leo de soja, poder\u00e1 se tornar, gradativamente, um importante produtor e consumidor de biodiesel, acrescida da oportunidade de se utilizar aqui outros \u00f3leos vegetais caracter\u00edsticos das diferentes regi\u00f5es do Pa\u00eds e, tamb\u00e9m, da possibilidade de reduzir a depend\u00eancia da importa\u00e7\u00e3o de \u00f3leo diesel, desonerando o balan\u00e7o de pagamentos e criando riqueza no interior.<\/p>\n\n\n\n

Fazendo um par\u00eantesis, \u00e9 oportuno lembrar aqui que Rudolf Diesel, inventor do motor que leva seu nome, em certa ocasi\u00e3o afirmou de forma premonit\u00f3ria que \u201co motor a Diesel pode ser alimentado com \u00f3leos vegetais e pode ajudar no desenvolvimento dos pa\u00edses que o utilizem\u201d.<\/p>\n\n\n\n

No Brasil, desde a d\u00e9cada de 1920, o Instituto Nacional de Tecnologia – INT j\u00e1 estudava e testava combust\u00edveis alternativos e renov\u00e1veis, como, por exemplo, o \u00e1lcool de cana-de-a\u00e7\u00facar. Mais recentemente, motivados pelas demandas da II Guerra Mundial e das crises de petr\u00f3leo, os Governos de diferentes pa\u00edses, em parceria com a iniciativa privada e centros de pesquisa, desenvolveram e testaram biocombust\u00edveis em frotas municipais, especialmente em grandes centros urbanos.<\/p>\n\n\n\n

A d\u00e9cada de 90 se caracterizou pela produ\u00e7\u00e3o comercial e instala\u00e7\u00e3o de plantas em escala industrial, visando atender a preocupa\u00e7\u00e3o ambiental e o estimulo proporcionado pela competitividade de pre\u00e7os do petr\u00f3leo e dos \u00f3leos vegetais.<\/p>\n\n\n\n

Desde 1991, o Minist\u00e9rio da Ci\u00eancia e Tecnologia – MCT coordena projetos de desenvolvimento tecnol\u00f3gico para combust\u00edveis renov\u00e1veis, como, por exemplo, a biomassa de madeira, de cana-de-a\u00e7\u00facar e de folhas, inclusive contando como o apoio do GEF-Global Environment Facility-Banco Mundial e, mais recentemente, da Uni\u00e3o Europ\u00e9ia. As misturas combust\u00edveis \u00e1lcool e diesel e \u00e1lcool e gasolina est\u00e3o em permanente desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n

No ano 2000, foi instalada a f\u00e1brica de biocombust\u00edveis da ECOMAT no Estado do Mato Grosso que atualmente produz \u00e9ster de soja, um aditivo especial da mistura \u00e1lcool diesel. A ECOMAT foi concebida visando a produ\u00e7\u00e3o inicial de biodiesel de \u00f3leo de soja e pode ser otimizada para produ\u00e7\u00e3o de biodiesel a partir de outros \u00f3leos vegetais.<\/p>\n\n\n\n

Em 2003, a disponibilidade brasileira imediata de biodiesel a partir de soja se concentra na perspectiva do diferencial entre a capacidade nominal de produ\u00e7\u00e3o da ordem de 51 milh\u00f5es de toneladas, para uma capacidade de processamento de 36 milh\u00f5es de toneladas, com a correspondente produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de soja da ordem de 5 bilh\u00f5es de litros e a capacidade de produ\u00e7\u00e3o de biodiesel que \u00e9 da ordem de 1,5 bilh\u00e3o de litros, sendo 47% no Centro-Oeste e 40% na Regi\u00e3o Sul.<\/p>\n\n\n\n

A produ\u00e7\u00e3o de oleaginosas poder\u00e1 expandir significativamente para atender o aumento da demanda por \u00f3leo para a produ\u00e7\u00e3o de biodiesel, destacando-se o potencial de 70 milh\u00f5es de hectares com aptid\u00e3o para o cultivo do dend\u00ea, localizados principalmente na regi\u00e3o Amaz\u00f4nica e no Leste do Estado da Bahia. O Brasil tem apenas 50 mil hectares plantados com dend\u00ea.<\/p>\n\n\n\n

Na Amaz\u00f4nia, estima-se que existam cerca de 20 milh\u00f5es de hectares desmatados sem atividade econ\u00f4mica. O dend\u00ea \u00e9 a cultura em grande escala mais apropriada para esta regi\u00e3o, podendo ser complementada com as culturas de ciclo curto que n\u00e3o precisam ser desidratadas antes da colheita: banana, mandioca, batata doce, inhame, car\u00e1, arroz e feij\u00f5es tropicais.
O Estado do Par\u00e1 tem 2 milh\u00f5es de hectares de terras improdutivas com clima e solo apropriado para o dend\u00ea, com toda a infra-estrutura, inclusive porto e energia el\u00e9trica a uma dist\u00e2ncia m\u00e1xima de 200 km de Bel\u00e9m (\u00e1rea de influ\u00eancia do projeto Al\u00e7a Vi\u00e1ria). O Estado do Amazonas tem 400 mil hectares de terras improdutivas com clima, solo e infra-estrutura adequada na periferia de Manaus (Distrito Agropecu\u00e1rio da SUFRAMA).<\/p>\n\n\n\n

O Estado do Amap\u00e1 tem 200 mil hectares de terras de assentamentos do INCRA, pr\u00f3ximos a Macap\u00e1, apropriados para a produ\u00e7\u00e3o de dend\u00ea.<\/p>\n\n\n\n

O mercado internacional de \u00f3leo de dend\u00ea cresce a um ritmo de 7% ao ano na ind\u00fastria aliment\u00edcia e oleoqu\u00edmica. A produ\u00e7\u00e3o do ano 2000 foi de 21 milh\u00f5es de toneladas e est\u00e1 projetada para 32 milh\u00f5es de toneladas para o ano 2010. O Brasil, ap\u00f3s 35 anos de pesquisa e plantio, tem tecnologia apropriada para aumentar a \u00e1rea plantada desta cultura perene, com produtividade de at\u00e9 6 toneladas de \u00f3leo por hectare\/ano, ocupando o segundo lugar.<\/p>\n\n\n\n

As curvas do pre\u00e7o do \u00f3leo de dend\u00ea e de soja decrescem \u00e0 taxa de 3% ao ano, em d\u00f3lares deflacionados (m\u00e9dia dos \u00faltimos 20 anos), enquanto que as curvas de pre\u00e7o do \u00f3leo diesel \u00e9 crescente, em fun\u00e7\u00e3o da escassez de combust\u00edveis f\u00f3sseis, n\u00e3o havendo previs\u00e3o de invers\u00e3o da tend\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

O consumo anual de diesel no Brasil \u00e9 da ordem de 36 bilh\u00f5es de litros, sendo 20% importado. A regi\u00e3o Sudeste consome 44%, a regi\u00e3o Sul 20%, o Nordeste 15%, o Centro-Oeste 12% e a regi\u00e3o Norte 9%. O diesel se utiliza preferencialmente para transporte 80% e 20% para sistemas el\u00e9tricos isolados, agroind\u00fastria e usinas emergenciais de eletricidade (1000 MW instalados). A produ\u00e7\u00e3o nacional de biodiesel em adi\u00e7\u00e3o ao diesel comum pode melhorar a qualidade do diesel e, tamb\u00e9m, pode contribuir na redu\u00e7\u00e3o da atual depend\u00eancia de importa\u00e7\u00e3o de \u00f3leo diesel, que \u00e9 da ordem de 7 bilh\u00f5es de litros ao ano, desonerando a balan\u00e7a de pagamentos e criando riqueza no interior.<\/p>\n\n\n\n

Em cada Estado e regi\u00e3o do Pa\u00eds est\u00e1 sendo avaliado o desenvolvimento das cadeias produtivas dos diferentes \u00f3leos vegetais. Para a regi\u00e3o Norte: dend\u00ea, baba\u00e7u, soja e gordura animal; para o Nordeste: baba\u00e7u, soja, mamona, dend\u00ea, algod\u00e3o, coco, gordura animal e \u00f3leo de peixe; para o Centro-Oeste: soja, mamona, algod\u00e3o, girassol, dend\u00ea, gordura animal; para o Sul: soja, colza, girassol, algod\u00e3o, gordura animal e \u00f3leos de peixes; e, para o Sudeste: soja, mamona, algod\u00e3o, girassol, gordura animal e \u00f3leos de peixes.<\/p>\n\n\n\n

A competitividade da produ\u00e7\u00e3o nacional de etanol em diferentes regi\u00f5es do Brasil, o PROALCOOL, a infra-estrutura de produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o j\u00e1 existente, o know how e o desempenho das tecnologias desenvolvidas para a cadeia produtiva da cana e setor automotivo, a oportunidade de substituir o diesel importado e contribuir para a economia de divisas, a gera\u00e7\u00e3o de renda, s\u00e3o todos eles elementos de sinergia para a produ\u00e7\u00e3o de biodiesel nacional.<\/p>\n\n\n\n

A perspectiva de melhorar a qualidade do diesel consumido, os excedentes de produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de soja, as vantagens econ\u00f4micas e s\u00f3cio-ambientais decorrentes da produ\u00e7\u00e3o e do consumo de combust\u00edvel renov\u00e1vel, a seguran\u00e7a para provis\u00e3o de combust\u00edvel produzido diretamente nas diferentes regi\u00f5es do Brasil, as novas e alteradas pol\u00edticas agr\u00edcolas internacionais, o fortalecimento da ind\u00fastria nacional de biocombust\u00edveis, quer seja para transporte pesado e de massa ou para gera\u00e7\u00e3o de eletricidade, especialmente em sistemas isolados, motivam a prioriza\u00e7\u00e3o do Programa Nacional de biodiesel.<\/p>\n\n\n\n

Probiodiesel e Probioamazon<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O Programa Brasileiro de Biocombust\u00edveis, coordenado pelo Minist\u00e9rio da Ci\u00eancia e Tecnologia\/Secretaria de Pol\u00edtica Tecnol\u00f3gica Empresarial tem como principal agente executor o Centro de Refer\u00eancia em Biocombust\u00edveis – CERBIO. O PROBIODIESEL compreende a\u00e7\u00f5es de viabiliza\u00e7\u00e3o das tecnologias de adi\u00e7\u00e3o do etanol e de \u00f3leos vegetais ao \u00f3leo diesel derivado de petr\u00f3leo.
O PROBIODIESEL se concretiza atrav\u00e9s da a\u00e7\u00e3o integrada, em rede de pesquisas, para o desenvolvimento das tecnologias de produ\u00e7\u00e3o e uso de misturas biocombust\u00edveis, visa a avalia\u00e7\u00e3o da sua viabilidade e competitividade t\u00e9cnica, s\u00f3cio-ambiental e econ\u00f4mica para o mercado brasileiro e para exporta\u00e7\u00e3o futura, al\u00e9m de sua produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o espacial nas diferentes regi\u00f5es do Pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

Compreende a\u00e7\u00f5es de pesquisa e desenvolvimento tecnol\u00f3gico, incluindo testes em campo, nas adi\u00e7\u00f5es \u00f3leos vegetais\/\u00f3leo diesel (BX), al\u00e9m de tecnologias espec\u00edficas que viabilizem o desenvolvimento s\u00f3cio-econ\u00f4mico de assentamentos rurais pela produ\u00e7\u00e3o de eletricidade e combust\u00edveis (PROBIOAMAZON). Os recursos previstos para aplica\u00e7\u00e3o, em 2003, na implementa\u00e7\u00e3o do PROBIODIESEL s\u00e3o da ordem de R$ 8,4 milh\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

O Programa Brasileiro de Biocombust\u00edveis – PROBIODIESEL \u00e9 o resultado da intera\u00e7\u00e3o e parceria para o desenvolvimento oriundos da Rede Nacional de Biocombust\u00edveis, que congrega mais de 200 especialistas, representantes de entidades de pesquisa, associa\u00e7\u00f5es empresariais, ag\u00eancias reguladoras e de fomento, Governos Federal, Estadual e Municipal e da Comiss\u00e3o de Minas e Energia da C\u00e2mara dos Deputados.<\/p>\n\n\n\n

No Programa Brasileiro de Biocombust\u00edveis destacam-se as entidades com responsabilidades diretas de coordena\u00e7\u00e3o das atividades do Programa: INT, TECPAR, LACTEC, IPT, CENPES, UNICAMP, USP, UESC, UFPR, UFCE, UFRJ, COPPE, UFRGS, IME, CTA, ANFAVEA, ABIOVE, SINDIPE\u00c7AS – BOSCH e DELPHI, AEA, SINDICOM, ALCOPAR, SINDALCOOL, UNICA, ANP, PETROBRAS, IBAMA, FGV.
Um dos grandes desafios do PROBIODIESEL \u00e9 o de constituir um projeto ecol\u00f3gico brasileiro; trata-se de um esfor\u00e7o coordenado de remodela\u00e7\u00e3o das cidades, das tecnologias, das ind\u00fastrias e das estruturas f\u00edsicas a fim de torn\u00e1-las ecologicamente sustent\u00e1veis; isto quer dizer em outras palavras, capaz de atender \u00e0s necessidades e satisfazer \u00e0s aspira\u00e7\u00f5es da popula\u00e7\u00e3o sem diminuir as oportunidades das gera\u00e7\u00f5es futuras.<\/p>\n\n\n\n

Por sua vez, o Programa de Produ\u00e7\u00e3o de Biomassa Energ\u00e9tica em Assentamentos do INCRA na Amaz\u00f4nia em Micro e Pequenas Propriedades Rurais – PROBIOAMAZON, institu\u00eddo pelo MCT\/MDA, prev\u00ea a produ\u00e7\u00e3o de cerca de 500 mil toneladas\/ano de dend\u00ea na Regi\u00e3o Norte. Se trata de um programa autofinanci\u00e1vel ap\u00f3s 6 anos, tem um ciclo de trabalho de 12 meses, gerando emprego permanente e permitindo a integra\u00e7\u00e3o, quando necess\u00e1ria, entre os pequenos produtores e as grandes empresas.<\/p>\n\n\n\n

O cen\u00e1rio atual se mostra tamb\u00e9m bastante oportuno, tendo em vista a pr\u00e1tica do livre mercado para combust\u00edveis, a redu\u00e7\u00e3o das barreiras, a pol\u00edtica energ\u00e9tica praticada, o perfil de produ\u00e7\u00e3o e consumo de diesel, a necessidade de se reduzir a polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica, em particular nos grandes centros urbanos, e o grande interesse e competitividade da ind\u00fastria local.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m destes aspectos trata de uma excelente oportunidade para que o Brasil venha a ingressar no bloco de pa\u00edses detentores da tecnologia de biocombust\u00edveis, tornando-se efetivamente exportador de tecnologia e de produtos com maior valor agregado. Assim, o PROBIODIESEL contribuir\u00e1 para consolidar o Brasil como pa\u00eds l\u00edder mundial em biocombust\u00edvel atrav\u00e9s da atualiza\u00e7\u00e3o e do desenvolvimento de tecnologias em todos os elos da cadeia produtiva multisetorial (setor automotivo, sucroalcooleiro, \u00f3leos vegetais, Sindipe\u00e7as, Sindicom, Centros de Pesquisa, entre outros) sempre em benef\u00edcio do consumidor final, da qualidade de vida e da promo\u00e7\u00e3o do desenvolvimento do Pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

O esfor\u00e7o governamental est\u00e1 concentrado em fomentar o \u201csaber fazer um bom combust\u00edvel\u201d e o \u201cfazer valer\u201d o pre\u00e7o e as garantias de seu uso. O desenvolvimento das tecnologias dos processos de produ\u00e7\u00e3o e de usos do biodiesel e seus subprodutos deve estar sempre acompanhado com a demonstra\u00e7\u00e3o da viabilidade econ\u00f4mica e s\u00f3cio-ambiental, da competitividade e, tamb\u00e9m, da promo\u00e7\u00e3o da aceita\u00e7\u00e3o pelo mercado consumidor.

Produ\u00e7\u00e3o mundial de \u00f3leos vegetais<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A produ\u00e7\u00e3o mundial de \u00f3leos vegetais cresceu de 70 milh\u00f5es de toneladas em 1997 para 90 milh\u00f5es de toneladas em 2001.
V\u00e1rios pa\u00edses produzem comercialmente e outros estimulam o desenvolvimento do Biodiesel em escala industrial, dentre eles se destacam: Argentina, EUA, Mal\u00e1sia e Uni\u00e3o Europ\u00e9ia (Alemanha, Fran\u00e7a, It\u00e1lia, \u00c1ustria e outros).<\/p>\n\n\n\n

Na Uni\u00e3o Europ\u00e9ia o Biodiesel recebe incentivo \u00e0 produ\u00e7\u00e3o e consumo atrav\u00e9s de uma forte desgrava\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria e altera\u00e7\u00f5es importantes na legisla\u00e7\u00e3o do meio ambiente. L\u00e1, em 2005, 2% dos combust\u00edveis consumidos ter\u00e3o de ser renov\u00e1veis e, em 2010, 5%.<\/p>\n\n\n\n

Ainda na Europa, os fabricantes de motores ap\u00f3iam a mistura de 5% de Biodiesel. Na mistura at\u00e9 30% ou Biodiesel puro (Alemanha) muitos fabricantes d\u00e3o garantia aos ve\u00edculos: VW, Audi, Seat, Skoda, PSA, Mercedes, Caterpillar e Man garantem alguns modelos. Na Alemanha, mais de 800 postos de combust\u00edveis vendem Biodiesel puro.<\/p>\n\n\n\n

Nos EUA, n\u00e3o h\u00e1 desgrava\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria e a produ\u00e7\u00e3o ainda \u00e9 incipiente (126.000 toneladas). Atualmente, o biodiesel est\u00e1 sendo usado em frotas de \u00f4nibus urbanos, servi\u00e7os postais e \u00f3rg\u00e3os do governo e \u00e9 considerado Diesel Premium para motores utilizados na minera\u00e7\u00e3o subterr\u00e2nea e embarca\u00e7\u00f5es. Em Minnesota est\u00e1 tramitando projeto de lei que estabelece: 2% de mistura – imediato e, 5% de mistura com biodiesel ap\u00f3s 5 anos de aprova\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Na Mal\u00e1sia est\u00e1 sendo implementado programa para a produ\u00e7\u00e3o de biodiesel. A primeira f\u00e1brica deve entrar em opera\u00e7\u00e3o em 2004, com capacidade de produ\u00e7\u00e3o de 500 mil toneladas ao ano. A extra\u00e7\u00e3o poss\u00edvel de vitaminas A e E permitir\u00e1 reduzir os custos.<\/p>\n\n\n\n

O Biodiesel na Argentina tem est\u00edmulo atrav\u00e9s do Decreto 1.396, de novembro de 2001, que cria o \u201cPlan de Competitividad para el Combustible Biodiesel\u201d, propiciando a desonera\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria do Biodiesel, por 10 anos. A Resolu\u00e7\u00e3o 129\/2001 definiu as especifica\u00e7\u00f5es do biodiesel.<\/p>\n\n\n\n

As reservas de combust\u00edveis f\u00f3sseis como o petr\u00f3leo, por exemplo, est\u00e3o concentradas em 65% no Oriente M\u00e9dio. Em 2001, o pre\u00e7o FOB do petr\u00f3leo em rela\u00e7\u00e3o ao \u00f3leo de soja foi da ordem de 3 vezes superior.<\/p>\n\n\n\n

Ivonice Campos – Engenheira qu\u00edmica, especialista em desenvolvimento energ\u00e9tico, energias renov\u00e1veis e biocombust\u00edveis
\nFonte: Revista Eco 21, Ano XIII, Edi\u00e7\u00e3o 80, Julho 2003. (www.eco21.com.br)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"