{"id":1113,"date":"2009-01-23T11:03:41","date_gmt":"2009-01-23T11:03:41","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:33:51","modified_gmt":"2021-07-10T23:33:51","slug":"biodiesel_no_tanque","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/energia\/artigos_energia\/biodiesel_no_tanque.html","title":{"rendered":"Biodiesel no tanque"},"content":{"rendered":"\n
Biodiesel de etanol desenvolvido no pa\u00eds poder\u00e1 abastecer comercialmente \u00f4nibus e caminh\u00f5es a partir de 2005.<\/p>\n\n\n\n
Se tudo correr bem, dentro de dois anos os ve\u00edculos brasileiros movidos \u00e0 \u00f3leo diesel caminh\u00f5es, \u00f4nibus, tratores e locomotivas – estar\u00e3o rodando com um percentual de biodiesel no tanque. Esse novo combust\u00edvel \u00e9 produzido atrav\u00e9s da rea\u00e7\u00e3o qu\u00edmica de \u00f3leos vegetais com um \u00e1lcool (metanol ou etanol), sempre na presen\u00e7a de uma subst\u00e2ncia qu\u00edmica chamada catalisador que \u00e9 fundamental para promover a transforma\u00e7\u00e3o qu\u00edmica. Os \u00f3leos vegetais empregados podem ser extra\u00eddos da soja, do girassol, do amendoim, de outras sementes oleaginosas, ou ainda de frutos como o Caryocar brasiliense (pequi), a Acrocomia aculeata (maca\u00faba) ou Elaeis guineensis (dend\u00ea).<\/p>\n\n\n\n
O processo de produ\u00e7\u00e3o a base de \u00f3leos vegetais e \u00e1lcool met\u00edlico, sob aquecimento, \u00e9 de dom\u00ednio p\u00fablico. Nos \u00faltimos 5 a 10 anos, esse tipo de biodiesel passou a ser comercializado em larga escala na Uni\u00e3o Europ\u00e9ia, onde o \u00f3leo de colza (canola) \u00e9 empregado como mat\u00e9ria prima. Nos Estados Unidos as mat\u00e9rias primas principais s\u00e3o o \u00f3leo de soja e o metanol, que \u00e9 um derivado do g\u00e1s natural ou do petr\u00f3leo. No Brasil alguns grupos de pesquisa e pequenos produtores, utilizam o metanol como no processo europeu e americano, por\u00e9m com \u00f3leos de soja, baba\u00e7u e outros \u00f3leos virgens, al\u00e9m dos \u00f3leos de fritura. O uso do metanol, um \u00e1lcool t\u00f3xico, venenoso e de origem f\u00f3ssil (derivado do petr\u00f3leo) \u00e9 uma das grandes desvantagens desse processo.<\/p>\n\n\n\n
Uma alternativa interessante seria a utiliza\u00e7\u00e3o do \u00e1lcool et\u00edlico (etanol) obtido da cana-de-a\u00e7\u00facar, que \u00e9 100% renov\u00e1vel e garante maior seguran\u00e7a na manipula\u00e7\u00e3o devido a sua menor toxicidade. Al\u00e9m disso, no Brasil existe uma maior disponibilidade do \u00e1lcool de cana (maior produtor mundial de etanol), enquanto parte (50% aproximadamente) do metanol consumido no pa\u00eds para outras finalidades \u00e9 importado. Por\u00e9m, at\u00e9 o presente, esse \u00e1lcool n\u00e3o podia ser empregado com efici\u00eancia como substituto do metanol, devido \u00e0 baixa taxa de convers\u00e3o dos \u00f3leos vegetais em biodiesel e tamb\u00e9m \u00e0 dificuldade de separa\u00e7\u00e3o das fases constitu\u00eddas de biodiesel e do subproduto chamado glicerina. Pesquisas realizadas nos laborat\u00f3rios da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) em Ribeir\u00e3o Preto, por uma equipe coordenada pelo professor Miguel J. Dabdoub, permitiram o desenvolvimento de um novo processo e tecnologia capazes de superar essas limita\u00e7\u00f5es. Esses pesquisadores tamb\u00e9m conseguiram reduzir o tempo reacional que anteriormente era de seis horas para apenas 30 minutos.<\/p>\n\n\n\n
As vantagens n\u00e3o param por a\u00ed, pois esse desenvolvimento tornou o processo tecnicamente vi\u00e1vel reduzindo o consumo energ\u00e9tico e consequentemente os custos operacionais, particularmente porque a transforma\u00e7\u00e3o ocorre a frio (temperatura ambiente). Algumas dessas vantagens s\u00e3o aplic\u00e1veis tamb\u00e9m para o uso do metanol o que dever\u00e1 favorecer processos anteriormente estabelecidos. Al\u00e9m do grupo de pesquisa do LADETEL- USP\/RP, existem outras iniciativas espalhadas por todo o pa\u00eds que estudam e desenvolvem alternativas para substituir o diesel derivado de petr\u00f3leo. S\u00e3o profissionais que est\u00e3o focados na obten\u00e7\u00e3o de ganhos ambientais – com a diminui\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de poluentes – e econ\u00f4micos proporcionados pelo uso do novo combust\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n