{"id":1108,"date":"2009-01-23T10:45:21","date_gmt":"2009-01-23T10:45:21","guid":{"rendered":""},"modified":"2021-07-10T20:33:52","modified_gmt":"2021-07-10T23:33:52","slug":"sistemas_isolados","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/energia\/artigos_energia\/sistemas_isolados.html","title":{"rendered":"Sistemas Isolados"},"content":{"rendered":"\n

O termo \u201cSistemas Isolados\u201d, no contexto da energia el\u00e9trica, refere-se \u00e0s regi\u00f5es geogr\u00e1ficas brasileiras n\u00e3o atendidas pelos sistemas de transmiss\u00e3o, os chamados \u201clinh\u00f5es\u201d. No gloss\u00e1rio da Ag\u00eancia Nacional de Energia El\u00e9trica – ANEEL, tal express\u00e3o n\u00e3o \u00e9 citada, deixando a crit\u00e9rio dos interessados a busca por uma defini\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano, 2000, as regi\u00f5es com menor percentual de domic\u00edlios assistidos com energia el\u00e9trica s\u00e3o as regi\u00f5es Norte e Nordeste, onde se verificam munic\u00edpios com menos de 10% dos domic\u00edlios contemplados com este tipo de atendimento.<\/p>\n\n\n\n

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Fig. 1 \u2013 Evolu\u00e7\u00e3o do fornecimento e consumo de energia el\u00e9trica no Brasil e, nas regi\u00f5es dos Sistemas Isolados (Norte e Nordeste).<\/span><\/p>\n\n\n\n

O atual modelo de gera\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9trica, nas regi\u00f5es dos sistemas isolados, \u00e9 baseado no consumo de combust\u00edveis f\u00f3sseis (principalmente \u00f3leo diesel), atrav\u00e9s de in\u00fameras unidades geradoras de pequeno porte e, caracterizado pela grande dificuldade de fornecimento e log\u00edstica (Eletrobr\u00e1s, 2004).<\/p>\n\n\n\n

As popula\u00e7\u00f5es encontradas nestas regi\u00f5es sofrem intensa restri\u00e7\u00e3o aos servi\u00e7os b\u00e1sicos, no caso, a energia el\u00e9trica. Conforme ilustrado na figura 1 abaixo, verifica-se que estas regi\u00f5es encontram-se em total descompasso evolutivo (principalmente a regi\u00e3o Norte) quanto ao usufruto dos benef\u00edcios que a energia el\u00e9trica proporciona.<\/p>\n\n\n\n

Principalmente na regi\u00e3o Norte verifica-se que o modelo de cria\u00e7\u00e3o e instala\u00e7\u00e3o das grandes centrais hidrel\u00e9tricas (grandes n\u00facleos de energia) intensificou as desigualdades sociais e econ\u00f4micas, pois a sua oferta seguiu o mesmo modelo da gera\u00e7\u00e3o de renda; i.e., destinada \u00e0quela parte da sociedade localizada nos principais n\u00facleos populacionais. O chamado \u201cmercado capital\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Biomassa Florestal e Gera\u00e7\u00e3o de Energia
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O uso dos recursos florestais est\u00e1 diretamente relacionado ao desenvolvimento da esp\u00e9cie humana, desde o uso do fogo, passando pelas constru\u00e7\u00f5es, papel e finalmente, energia. \u00d3bvio se torna verificar que quanto mais desenvolvida tecnologicamente uma sociedade, maior a rela\u00e7\u00e3o entre a unidade de mat\u00e9ria prima necess\u00e1ria e o produto resultante. Em outras palavras, quanto maior desenvolvimento tecnol\u00f3gico, menor o consumo de unidades de mat\u00e9ria-prima para a confec\u00e7\u00e3o da mesma quantidade de produtos beneficiados.<\/p>\n\n\n\n

O imenso desperd\u00edcio de biomassa florestal extra\u00edda e n\u00e3o utilizada anualmente, somente na regi\u00e3o Amaz\u00f4nica, pode ser avaliado atrav\u00e9s do consumo anual de madeira em toras destinadas as ind\u00fastrias de processamento (serrarias e laminadoras) da madeira, inseridas nos principais p\u00f3los madeireiros dos Estados do Par\u00e1, Mato Grosso e Rond\u00f4nia; atualmente da ordem 13,5 milh\u00f5es de m\u00b3. Tal ordem de grandeza em madeira processada anualmente, resulta em aproximadamente 5,5 milh\u00f5es de m\u00b3 de res\u00edduos sem destina\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, gerando graves problemas ambientais como fogo e fuma\u00e7a. Tal volume residual de biomassa florestal tem o potencial de gerar aproximadamente, 254 MWh, o suficiente para atender a demanda energ\u00e9tica de cem (100) cidades com 25.000 habitantes cada.<\/p>\n\n\n\n

Adicionalmente, a economia propiciada por esta mudan\u00e7a de atitude n\u00e3o seria nada desprez\u00edvel pois, atualmente, a maior parte das ind\u00fastrias de processamento da madeira tem custos de disposi\u00e7\u00e3o destes res\u00edduos, da ordem de R$ 10,00 por tonelada, correspondendo a aproximadamente 1,428 m\u00b3.<\/p>\n\n\n\n

Considerando que as usinas termel\u00e9tricas estariam, atualmente, dispostas a remunerar o res\u00edduo gerado pelo processamento da madeira, em at\u00e9 R$ 30,00\/ton (colocado no p\u00e1tio da termel\u00e9trica), \u00e9 fact\u00edvel pressupor que as ind\u00fastrias de processamento seriam remuneradas em at\u00e9 R$ 28,00\/m\u00b3 de madeira residual, ou seja, sem qualquer tipo de processamento ou custo, exceto o frete at\u00e9 a planta termel\u00e9trica.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Orlando de Assump\u00e7\u00e3o Filho Engenheiro Florestal – UFRuRJ especialista em Administra\u00e7\u00e3o Rural \u2013 UFV assessor t\u00e9cnico do MMA<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Esta \u00e9 a atual busca de companhias de petr\u00f3leo que ao se reestruturarem para atender um novo perfil de empresas de energia, visualizam a perspectiva da finitude dos combust\u00edveis f\u00f3sseis e cada vez mais a urg\u00eancia em zelar por quest\u00f5es ambientais. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":1109,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1454],"tags":[23,60,61,62],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1108"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1108"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1108\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":5562,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1108\/revisions\/5562"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/1109"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1108"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1108"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1108"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}